Garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami reduz 78,51% após ação do governo federal, diz Ministério da Defesa

Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Defesa nesta sexta-feira (15), a área ocupada pelo garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY) reduziu 78,51% neste ano. A diminuição é atribuída à força-tarefa implantada pelo governo federal após a crise humanitária envolvendo os indígenas da região.

De acordo com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), a área ocupada pelos garimpeiros nos primeiros nove meses de 2023 é de 214 hectares, enquanto no mesmo período do ano passado alcançava 999 hectares.

A Defesa ressalta que a redução significativa evidencia que a presença de garimpeiros atualmente é residual, restrita a pequenas áreas da região. Nos últimos cinco meses, a variação média foi de apenas 4 hectares. As maiores concentrações observadas no início do ano já foram desmobilizadas.

Além da redução na área ocupada, a atuação da força-tarefa também apresentou efeitos positivos sobre os rios da região. Segundo o Ministério da Defesa, os rios Uraricoera e Mucajaí recuperaram suas cores naturais devido à ausência do mercúrio, um metal utilizado pelos garimpeiros que era responsável pelo tom amarelo dos rios.

Até o momento, 146 garimpeiros foram detidos em ações coordenadas com órgãos de segurança pública e foram apreendidas 40 toneladas de cassiterita, 1.675 gramas de ouro e 808 equipamentos.

A operação de desintrusão da área do povo yanomami teve início no começo deste ano, quando veio à tona uma crise humanitária envolvendo os indígenas. O governo declarou emergência de saúde para os yanomami e formou uma força-tarefa com militares, policiais e órgãos de proteção do meio ambiente e dos povos indígenas para retirar os invasores.

A Terra Indígena Yanomami é a maior reserva indígena do Brasil e enfrenta problemas com garimpeiros há anos. Quando a reserva foi demarcada e reconhecida pelo governo em 1992, foi realizada uma operação para expulsar milhares de garimpeiros. No entanto, sob o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, houve um aumento expressivo do número de invasores, já que ele defendia a mineração em terras indígenas e não tomou medidas para coibir a atuação ilegal de garimpeiros e madeireiros na região.

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