Durante seu discurso, Hery comparou a situação dos presos pelos atos com o Holocausto e acusou o ministro do STF, Alexandre de Moraes, de inverter o papel de julgador para se tornar um acusador. Além disso, ele utilizou de forma descontextualizada uma declaração do ministro Luís Roberto Barroso e confundiu a obra “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel, com o livro infantil “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry.
O Solidariedade repudiou as declarações do advogado e afirmou que ele utilizou “falas ofensivas e desrespeitosas” contra o Supremo. A direção municipal do partido em Votuporanga-SP comunicou a decisão de expulsar Hery Kattwinkel, mesmo reconhecendo sua prerrogativa de defensor constituído.
Durante o julgamento, o ministro Alexandre de Moraes reagiu às palavras do advogado, classificando sua postura como patética e medíocre. Ele ainda sugeriu que o advogado talvez estivesse em busca de notoriedade para se candidatar a vereador nas eleições do próximo ano.
Hery Kattwinkel não foi o único advogado a proferir ofensas durante o julgamento. Sebastião Coelho da Silva, representante de Aécio Pereira, condenado a 17 anos de prisão, afirmou que os ministros do STF são as pessoas mais odiadas do país. Sebastião é ex-desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e está sendo investigado pelo Conselho Nacional de Justiça por suposto apoio aos grupos golpistas.
A advogada Larissa Lopes de Araújo, defensora de Matheus Lima de Carvalho Lázaro, condenado a 17 anos de prisão, também causou polêmica ao chorar durante sua sustentação e acusar o STF de não cumprir a Constituição.
Diante das ofensas proferidas pelos advogados, a ministra Rosa Weber, presidente do STF, defendeu a atuação do tribunal durante o julgamento. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também manifestou seu apoio ao tribunal, afirmando que os atentados ocorridos em 8 de janeiro foram graves ofensas à estabilidade democrática no Brasil e que todos os envolvidos devem ser responsabilizados, garantindo o devido processo legal.
É importante destacar que a posição adotada pelo partido Solidariedade, de expulsar o advogado filiado, reforça o repúdio às falas ofensivas contra o Supremo e reafirma a importância da postura respeitosa e ética no exercício da advocacia.