Novo ciclone extratropical gera mais chuvas volumosas e danos materiais no RS, mas sem vítimas; fenômeno se afasta em direção ao oceano

Nos últimos dias, o Rio Grande do Sul foi novamente atingido por um ciclone extratropical, pouco menos de uma semana depois do evento que causou a morte de 47 pessoas no Vale do Taquari. Embora tenha trazido chuvas volumosas e danos materiais, desta vez não houve vítimas fatais. A passagem do ciclone ocorreu nesta quinta-feira (14), e o fenômeno está se afastando em direção ao oceano, trazendo algum alívio ao estado.

De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), 36 municípios gaúchos registraram mais de 100 milímetros de chuva nas últimas 24 horas, principalmente nas regiões sul e central do estado. São Lourenço do Sul foi o município mais afetado, com 192,6 mm, seguido por Santa Maria, que registrou 189,6 mm.

A previsão do tempo indica que a chuva deve parar ao longo desta quinta-feira, dando lugar a uma frente fria. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta amarelo para o estado, indicando que a temperatura pode chegar a 5°C.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que havia nove pontos de interdição nas rodovias federais devido às condições climáticas. Um trecho da BR-116, em São Marcos, estava bloqueado totalmente. Em outros municípios, as pistas estavam parcialmente interditadas por precaução ou devido a danos causados pela chuva. Os bloqueios parciais ocorreram em Caçapava do Sul, Cachoeira do Sul, Estrela, Nova Petrópolis, Santiago, São Sepé, Sapucaia do Sul e Tapes.

Na quarta-feira (13), a queda da contenção de um açude em Camaquã fez com que uma viatura da PRF fosse arrastada pela força da água. Felizmente, os dois agentes que estavam no veículo foram resgatados sem ferimentos. A rodovia chegou a ser bloqueada temporariamente, mas o trânsito foi liberado horas depois.

A cidade de Porto Alegre também foi afetada pelas chuvas intensas. O acúmulo de água no lago Guaíba, devido à combinação de chuva e ventos contrários ao escoamento, fez com que o nível da água alcançasse uma das maiores marcas históricas de cheia, atingindo 2,65 metros. Segundo a Metsul meteorologia, as rajadas de vento na região chegaram a 70 km/h a 80 km/h. Porém, nesta quinta-feira não houve mais precipitações.

A prefeitura de Porto Alegre está em alerta para possíveis alagamentos de residências nas ilhas, onde existem moradias de baixa renda e/ou irregulares. Cerca de 75 pessoas estão acolhidas em abrigos como medida preventiva. A região do Vale do Taquari, que ainda se recupera das enchentes da semana passada, também foi afetada pelas chuvas dos últimos dias, dificultando as buscas por nove pessoas desaparecidas e o trabalho de limpeza das cidades. Mais de 1.693 pessoas continuam desabrigadas na região.

Apesar dos danos causados pelas chuvas e dos transtornos causados pelas interdições nas rodovias, o fato de não ter havido vítimas fatais é um alívio para os gaúchos. Agora, o estado precisa se recuperar dos estragos e trabalhar na prevenção de novos desastres naturais.

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