Em um vídeo divulgado nas redes sociais, é possível ver o homem sendo arrastado e carregado pelos policiais, antes de ser colocado em uma maca e posteriormente em uma viatura. O juiz Josué Vilela Pimentel determinou que a PM se abstenha de utilizar qualquer método de contenção que não seja o uso adequado das algemas, seguindo as regras da súmula vinculante 11 do Supremo Tribunal Federal (STF), que estabelece que o uso desses instrumentos só é permitido em casos de resistência à prisão, risco de fuga ou perigo à integridade física do suspeito ou de outras pessoas.
Além disso, o magistrado ressaltou a importância da instalação de câmeras nas viaturas e fardas dos policiais, citando casos de mortes decorrentes da ação policial na Operação Escudo, na Baixada Santista, em que não havia registros em vídeo das ocorrências. Segundo Pimentel, a medida visa evitar dúvidas sobre a responsabilidade do Estado em casos semelhantes. O juiz estabeleceu um prazo de 90 dias para que a corporação cumpra a determinação, sob pena de multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento.
A decisão também determinou que o governador Tarcísio de Freitas e o comandante-geral da PM paulista, coronel Cássio Araújo de Freitas, sejam intimados pessoalmente. O advogado da Educafro, Márlon Reis, destacou a importância da decisão e afirmou que, se for reformada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, a questão poderá ser levada ao Supremo Tribunal Federal em uma reclamação constitucional.
É importante ressaltar que a implementação dessas medidas busca garantir a proteção dos direitos humanos e o cumprimento da lei durante as abordagens e prisões realizadas pela Polícia Militar. O caso em questão, que resultou na ação civil pública movida pela Educafro e pelo Centro de Defesa de Direitos Humanos “Padre Ezequiel Ramin”, evidenciou a necessidade de se estabelecer limites e garantir transparência nas ações policiais, visando evitar abusos e violações dos direitos individuais. A decisão do juiz representa um avanço na luta pela garantia dos direitos humanos e na busca por uma atuação policial mais responsável e justa.