Repórter São Paulo – SP – Brasil

Exposição “Araetá: A Literatura dos Povos Originários” revela a sabedoria ancestral e a luta dos indígenas brasileiros.

A exposição “Araetá: A Literatura dos Povos Originários” traz ao público uma imersão na vasta produção literária indígena brasileira, além de homenagear a tradição oral desses povos. Localizada no Sesc Ipiranga, zona sul de São Paulo, a mostra combina sabedoria ancestral transmitida por meio de sonhos, narrativas transmitidas por gerações e histórias contemporâneas que são escritas no tempo presente.

Ao entrar na Casa de Saberes, o visitante tem a sensação de estar sentado em bancos rústicos de madeira ao redor de uma fogueira, tendo a oportunidade de folhear livros xamânicos que abordam filosofia e cosmologia. A ideia é ressaltar que a escrita não nega a tradição oral, mas a complementa.

A exposição divide-se a partir dos biomas onde estão localizadas as comunidades de origem dos autores, expondo livros impressos lado a lado com cestarias tradicionais e outros trabalhos artesanais. Além disso, há diversas fotografias que retratam as batalhas travadas pelos povos indígenas na atualidade. Em vários pontos da exposição, é possível encontrar imagens das manifestações contra o Marco Temporal, uma tese sendo julgada pelo Supremo Tribunal Federal que limitaria os direitos dos indígenas às terras que possuíam em 1988.

A mostra também traz poemas que se espalham pelas paredes, como o poema “Makunu’pa”, de Sony Ferseck, que desce como um rio sinuoso na parte dedicada aos artistas da Amazônia. Outra forma de expressão literária representada é a literatura de cordel, na qual a escritora Auritha Tabajara mistura vivências tradicionais de sua comunidade no Ceará com dramas contemporâneos.

A exposição conta ainda com uma biblioteca com 300 títulos, onde os visitantes podem se sentar em bancos artesanais com formato de animais. A seleção de obras buscou priorizar autores indígenas, embora alguns livros de não ficção tenham coautores não pertencentes aos povos tradicionais. Além dos livros, há entrevistas e dicionários de línguas faladas no Brasil.

A visitação da exposição é gratuita e pode ser realizada até 17 de março de 2024. O Sesc Ipiranga funciona de terça-feira a sexta-feira, das 9h às 21h30, aos sábados, das 10h às 21h30, e domingos e feriados, das 10h às 18h30.

A exposição Araetá: A Literatura dos Povos Originários proporciona uma experiência única de imersão na cultura indígena brasileira por meio de suas expressões literárias. É uma oportunidade de valorizar a sabedoria ancestral e contemporânea desses povos, além de conscientizar a sociedade sobre as batalhas travadas pelos indígenas em defesa de seus direitos territoriais.

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