Enchentes no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, não foram causadas por abertura de comportas de barragens, apontam investigações

No dia 4 e 5 de setembro, as cidades do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, foram devastadas pelas enchentes que assolaram a região. Porém, é importante ressaltar que essas enchentes não foram causadas ou agravadas pela abertura de comportas de barragens, como vem sendo mencionado em vídeos e postagens nas redes sociais e aplicativos de mensagem.

De acordo com a Companhia Energética Rio das Antas (Ceran), responsável pela administração de três hidrelétricas da região, as barragens não possuem comportas capazes de reter a água represada. Isso foi confirmado pelo Projeto Comprova, que verificou a informação. A Usina de Castro Alves, localizada na área mais afetada, não possui nem uma comporta sequer. Todas as barragens utilizam apenas a força da correnteza do rio e a gravidade para gerar energia.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também esclareceu que as cheias não poderiam ser agravadas pelas barragens. Além disso, a Agência Nacional de Águas (ANA) confirmou que a produção de energia é feita sem o uso de comportas.

A Ceran negou ter aberto supostas comportas e ressaltou que não houve registro de rompimentos. A empresa monitorou em tempo real todas as estruturas durante as cheias e afirmou que não houve indicativos de risco de rompimento, o que não levou ao acionamento das sirenes de emergência.

Especialistas e autoridades em meteorologia apontam que as chuvas volumosas que resultaram nos alagamentos foram provocadas por um ciclone extratropical que se formou em um sistema de baixa pressão na região. Esse fenômeno natural pode ter sido agravado pelo estacionamento de uma frente com ar quente e úmido originário da região Amazônica.

É importante ressaltar que é falso todo conteúdo inventado ou editado para espalhar falsidades de forma deliberada. O Comprova, projeto que monitora conteúdos suspeitos em redes sociais e aplicativos de mensagem, verifica e investiga publicações que obtiveram maior alcance e engajamento e que incitam interpretações equivocadas.

Essa investigação, realizada pelo Projeto Comprova, foi conduzida por Plural e A Gazeta e contou com a verificação de veículos como Folha, Nexo, Estadão, Grupo Sinos, SBT e SBT News.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo