Repórter São Paulo – SP – Brasil

El Niño permanecerá no verão de 2024 e trará condições extremas, alerta centro de meteorologia dos EUA.

Segundo o centro de meteorologia do governo dos Estados Unidos, há uma probabilidade de mais de 95% de que o padrão climático El Niño continue durante o verão do hemisfério sul, de janeiro a março de 2024. De acordo com o Climate Prediction Center (CPC), as temperaturas da superfície do mar estavam acima da média em agosto em todo o oceano Pacífico equatorial, com um fortalecimento no Pacífico central e centro-leste.

O El Niño é caracterizado por um aquecimento das temperaturas da superfície do oceano no Pacífico central e oriental. Esse fenômeno pode desencadear condições climáticas extremas, como incêndios florestais, ciclones tropicais e secas prolongadas. Já está provocando calamidades em todo o mundo, com os mercados emergentes sendo os mais vulneráveis aos impactos nas oscilações dos preços dos alimentos e da energia.

O meteorologista Chris Hyde, da empresa de tecnologia espacial Maxar, afirma que à medida que o El Niño se fortalece, há uma boa probabilidade de que tenha um impacto na próxima estação de crescimento das áreas de produção agrícola do hemisfério sul. Isso inclui colheitas na África do Sul, Sudeste Asiático, Austrália e Brasil, onde o clima já é normalmente mais seco e mais quente do que o normal.

Na terça-feira, o departamento de meteorologia da Austrália anunciou que os indicadores do El Niño se fortaleceram e que o evento climático provavelmente se desenvolverá entre setembro e novembro, trazendo condições mais quentes e secas para o país. O CPC também mencionou que as chances de pelo menos um El Niño “forte” aumentaram para 71%.

Em julho, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou que as temperaturas devem subir ainda mais em grande parte do mundo depois que o El Niño surgiu no Pacífico tropical pela primeira vez em sete anos. Além disso, o fenômeno representa uma ameaça aos suprimentos globais de arroz, sendo que a Índia, principal exportador, está com embarques proibidos de uma variedade crucial do alimento. Outras commodities, como café, óleo de palma, açúcar, trigo e cacau do sudeste da Ásia, Austrália e África também correm risco.

Portanto, a continuidade do El Niño durante o verão do hemisfério sul traz preocupações em relação aos impactos nas condições climáticas, produção agrícola e abastecimento de alimentos e commodities.

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