Ataques às universidades e à produção científica são debatidos em seminário sobre desinformação e democracia.

No painel “Pacto da educação pela democracia”, realizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foi discutido o tema dos ataques sofridos pelas universidades e pela produção científica nos últimos anos. Os participantes destacaram a importância da educação e da ciência no combate à desinformação e na defesa da democracia.

O reitor da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), Odilon Máximo de Morais, ressaltou que a universidade é um espaço fundamental no combate à desinformação, pois é onde se produz conhecimento e inovação. Ele destacou a importância da produção de um conhecimento crítico e do fortalecimento das pesquisas científicas. Além disso, Morais ressaltou a importância da divulgação gratuita do conhecimento, para que as pessoas tenham acesso a informações verdadeiras e não caiam em desinformação, como no caso do desacreditar da vacinação.

A reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Lúcia Campos Pellanda, apontou que as universidades têm sido alvos de ataques por serem espaços de aprendizado e exercício da democracia. Ela ressaltou que as universidades são fundamentais para um projeto de país soberano e trazem benefícios tanto tangíveis quanto intangíveis para a sociedade. Pellanda também destacou o quanto as notícias falsas podem causar danos e até mesmo mortes, como no caso da pandemia de Covid-19.

A mediadora do debate, professora Fábia Lima, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ressaltou a importância de fortalecer as estruturas de comunicação das universidades, para lidar de maneira mais eficiente com ataques e desinformações. Ela destacou que é necessário manter-se atento a essas questões e buscar formas de lidar com elas de maneira mais assertiva.

O professor Daniel Pinheiro, da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), abordou a diferença entre gerações na compreensão dos conceitos de regulação e liberdade. Ele destacou a importância de trabalhar com linguagens distintas e meios de comunicação diversos para alcançar diferentes gerações.

Luiz Miguel Garcia, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), falou sobre a formação para a cidadania nas escolas municipais brasileiras. Ele destacou a importância de uma educação integral, que vá além do modelo fragmentado de aprendizado. Garcia ressaltou os desafios enfrentados atualmente, com comportamentos que comprometem o reconhecimento dos alunos como cidadãos, e a necessidade de formação adequada dos professores.

No evento, o STF lançou o livro “Desinformação – O mal do século – Distorções, inverdades, fake news: a democracia ameaçada”. A obra aborda a importância da informação como direito fundamental e essencial para as democracias, bem como a desinformação no âmbito da comunicação e seu impacto na formação das novas gerações. Também são discutidas as fake news disseminadas na área da saúde durante a pandemia. A coletânea reúne 16 artigos de 31 autores e foi realizada em parceria com a Universidade de Brasília.

O debate evidenciou a importância da educação, da ciência e da informação na luta contra a desinformação e na defesa da democracia. Ficou claro que é necessário fortalecer as estruturas de comunicação nas universidades e escolas, além de trabalhar com diferentes gerações e linguagens. O lançamento do livro pelo STF também contribui para ampliar o debate sobre a desinformação e suas consequências para a sociedade.

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