Chama a atenção a redução significativa no quadro de médicos no Hospital da Mulher de Santo André. Segundo o TCESP, o número de médicos caiu de 214 em 2019 para 111 no primeiro semestre de 2020, mas voltou a subir para 130 neste ano. Surpreendentemente, a taxa de mortalidade nesse hospital se manteve praticamente inalterada. No primeiro semestre de 2019, estava em 0,44%, subiu para 0,49% em 2021 e chegou a 0,27% no primeiro semestre deste ano.
O Hospital Estadual Serraria, em Diadema, também teve uma redução no número de médicos. Eram 576 no início de 2019, caindo para 381 durante o período mais crítico da pandemia de covid-19, e chegando a 482 até junho deste ano. A taxa de mortalidade, por sua vez, subiu de 2,25% em 2019 para 5,21% no primeiro semestre de 2021, mas ficou em 2,97% em junho deste ano.
Em relação ao Hospital Mário Covas, em Santo André, o número de médicos aumentou constantemente desde 2019, chegando a 1.323 no primeiro semestre deste ano. A taxa de mortalidade, porém, teve um aumento considerável, partindo de 5,81% há quatro anos e chegando a 12,01% em 2021. Até junho deste ano, estava em 6,74%.
A Secretaria Estadual de Saúde afirma que não há uma relação direta entre o número de médicos e a taxa de mortalidade, pois o contingente de profissionais varia de acordo com a necessidade. Já as prefeituras de Santo André e São Bernardo destacam que a taxa de mortalidade não está diretamente relacionada ao número de profissionais, mas sim ao perfil assistencial dos hospitais e ao fato de serem referências em casos graves, como câncer.
No geral, o Painel da Saúde revela dados interessantes sobre a rede hospitalar do ABC paulista, destacando tanto a redução quanto o aumento no número de médicos e a variação na taxa de mortalidade ao longo dos anos. É importante ressaltar que a pandemia de covid-19 teve uma forte influência nesses números, mas é preciso analisar de forma mais aprofundada cada situação para compreender todas as causas dos resultados apresentados.