O crime ocorreu no dia 28 de janeiro de 2004, quando os auditores fiscais do trabalho Erastóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, juntamente com o motorista do Ministério do Trabalho Ailton Pereira de Oliveira, foram cruelmente assassinados durante uma fiscalização em uma fazenda no município de Unaí. Na ocasião, os auditores estavam apurando uma denúncia relacionada à prática de trabalho análogo à escravidão envolvendo o acusado Norberto Mânica.
Até então, os condenados respondiam ao processo em liberdade, o que gerou indignação e revolta por parte de familiares e amigos das vítimas. Durante o julgamento no STJ, as defesas dos acusados argumentaram pela manutenção da liberdade até que todos os recursos possíveis fossem esgotados, conforme garantido pela Constituição.
No entanto, a Quinta Turma do STJ decidiu que, diante da gravidade do crime e da quantidade de provas apresentadas, era necessário o início do cumprimento das penas, mesmo que ainda houvesse recursos em andamento. Essa decisão representa uma importante resposta do Poder Judiciário ao caso, que ganhou grande repercussão na época devido à brutalidade dos assassinatos e à repercussão internacional.
O Ministério Público Federal defendeu que a prisão dos condenados era necessária para garantir a ordem pública e assegurar a aplicação da justiça. Após muitos anos de investigação e tramitação do processo, finalmente os responsáveis por esse crime bárbaro serão levados à prisão, trazendo ao menos um pouco de paz e justiça para as famílias das vítimas, que esperaram por muito tempo por esse desfecho.
É importante ressaltar que, mesmo com a prisão dos mandantes e planejadores do crime, o caso ainda não está completamente encerrado. Outros envolvidos aguardam julgamento e punição pelos seus atos, o que demonstra a necessidade de um combate contínuo contra os crimes de violência e impunidade no país.