A importância do traje a rigor é tão valorizada que uma equipe fica na porta do baile para barrar qualquer roupa fora do padrão. Um simples botão desabotoado pode ser motivo de repreensão. No entanto, Derrite, que é um oficial da reserva da PM, já havia participado do Baile do Espadim em 2017, seguindo todas as regras de traje. Por isso, autoridades civis não são barradas nos bailes da PM por não usarem smoking, mas recebem convites com alertas sobre a exigência do traje a rigor.
Coronéis ouvidos pela imprensa afirmaram que Derrite, por conhecer a tradição, desrespeitou a instituição ao comparecer de terno. Essa atitude gerou críticas, principalmente levando em consideração a crise que o secretário enfrenta com a cúpula da PM. Recentemente, dois coronéis que criticaram a gestão de Derrite foram transferidos sem aviso prévio.
O coronel reformado da PM de São Paulo, José Vicente da Silva, ex-secretário Nacional de Segurança Pública, destacou a importância do Baile da Espada como uma mudança de status para o policial. Segundo ele, o uso de um traje menos solene é uma desconsideração à importância do evento e um gesto de desrespeito à instituição.
A tradição do traje a rigor no Baile da Espada existe desde os anos 1930 e foi modernizada pelo estilista Clodovil Hernandes em 1981. Segundo José Vicente, a observância dessas normas é esperada mesmo dos oficiais na reserva, como forma de respeitar a tradição e dar exemplo.
No entanto, o secretário da Segurança Pública e a SSP (Secretaria da Segurança Pública) não se manifestaram sobre o ocorrido até o momento. O Baile da Espada é um evento de grande importância para a Polícia Militar de São Paulo, marcando a ascensão dos alunos da Academia Militar do Barro Branco, e é esperado que todos os presentes, inclusive autoridades civis, sigam as regras de traje a rigor como forma de respeito à instituição e à tradição estabelecida há décadas.
