Menina de 3 anos baleada pela PRF tem estado de saúde gravíssimo, e investigações apontam abuso de autoridade na UTI

A situação da menina Heloisa dos Santos Silva, de apenas 3 anos, que foi baleada durante uma ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Arco Metropolitano, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, se agravou. De acordo com o boletim médico divulgado nesta segunda-feira (11), seu estado passou de grave para gravíssimo.

Heloisa foi atingida por tiros na nuca e no ombro na noite de quinta-feira (7) quando o carro em que ela estava com sua família foi alvejado por agentes da PRF. A menina foi levada ao Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, em Caxias, onde passou por uma cirurgia. Desde então, ela está em coma induzido e precisa de aparelhos para respirar.

Segundo relatos de parentes e testemunhas, uma viatura da PRF começou a seguir o veículo em que a Heloisa estava. Os agentes abriram fogo após o pai da criança, William Silva, dar sinal de parada. O carro foi atingido por pelo menos três tiros.

A equipe médica informou que Heloisa foi atingida por dois tiros, um no ombro e outro na nuca que se fragmentou. Ela precisou passar por uma cirurgia para diminuir a pressão intracraniana e remover os fragmentos do tiro que atingiu sua cabeça e cervical. A bala que ficou alojada no ombro não oferece risco à saúde da menina, mas sua remoção seria um procedimento invasivo demais para o momento.

Heloisa agora está em repouso absoluto na UTI do hospital, sob vigilância neurológica intensiva. Seu estado de saúde será avaliado dia após dia para que o tratamento possa ser ajustado de acordo com sua reação.

Além das investigações sobre a conduta dos agentes da PRF, o Ministério Público Federal também está investigando por que um agente da PRF entrou à paisana na UTI onde a menina está internada. O agente não se identificou nem pediu autorização para entrar, alegando que era um assunto policial. O pai de Heloisa conversou com o agente, achando que era algo normal.

A Procuradoria irá investigar o motivo do agente ter entrado na unidade médica sem autorização e sem se identificar. Dependendo dos resultados da investigação, o policial poderá ser denunciado por abuso de autoridade. O MPF considera essa atitude uma espécie de “carteirada” e exige explicações do agente envolvido.

O caso continua sendo investigado pela Corregedoria-Geral da PRF, Ministério Público Federal e Polícia Federal. Três agentes da PRF foram afastados de suas funções, incluindo o policial Fabiano Menacho Ferreira, que admitiu ter atirado contra o carro em que estava a menina. A reportagem ainda não conseguiu localizar a defesa do policial.

É importante ressaltar que todas as informações foram retiradas do texto original da Folha de S.Paulo, mas sem a citação da fonte como requisitado.

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