A polêmica surgiu após o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitir mandados de prisão contra Putin por crimes de guerra cometidos na Ucrânia. O Brasil, como signatário do acordo que criou o tribunal, seria obrigado a cumprir o mandado caso o presidente russo pise em solo brasileiro.
Durante uma coletiva de imprensa na Índia, onde participou da Cúpula do G20 deste ano, Lula afirmou que se for eleito presidente em 2022 e Putin for convidado para a próxima cúpula, ele não vê motivos para a prisão do líder russo. No entanto, ressaltou que a decisão final será da Justiça brasileira.
É importante ressaltar que a declaração de Lula causou controvérsias, uma vez que países como Estados Unidos, China, Índia e Rússia não são signatários do acordo que criou o Tribunal Penal Internacional. O presidente brasileiro questionou o motivo pelo qual o Brasil é signatário do tribunal, enquanto países como os Estados Unidos se negam a aderir.
Lula também falou sobre a guerra na Ucrânia durante a Cúpula do G20. Ele destacou a importância da assinatura da declaração dos líderes do grupo, que condenaram o uso da força e a aquisição territorial através de conflitos armados. Para o ex-presidente, essa assinatura é simbólica, tendo em vista que o fornecimento de armas à Ucrânia por países ocidentais pode incentivar ainda mais o conflito.
Além disso, Lula questionou o papel das organizações internacionais, como o Conselho de Segurança das Nações Unidas, em conflitos como o da Rússia e Ucrânia. Ele defendeu que a paz deve ser buscada através de meios diplomáticos, de acordo com os documentos e a carta da ONU.
O G20 é composto pelas 19 maiores economias do mundo e pela União Europeia. Durante a última cúpula, a União Africana também se tornou membro permanente do grupo. O Brasil recebeu a presidência do G20 e vai sediar a próxima cúpula em 2024, no Rio de Janeiro.
Em resumo, a declaração de Lula sobre a possível prisão de Putin gerou polêmica e levantou questionamentos sobre o papel do Brasil como signatário do Tribunal Penal Internacional. O ex-presidente defendeu a busca pela paz através de meios diplomáticos e criticou o fornecimento de armas à Ucrânia. A próxima Cúpula do G20, no Brasil, promete ser um momento chave para discutir essas questões.
