Lula assume presidência do G20 e destaca prioridades de combate à desigualdade, às mudanças climáticas e à reforma das instituições globais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a presidência do G20 durante o encerramento da 18ª Cúpula de Chefes de Governo e Estado do grupo, ocorrida em Nova Déli, na Índia. Durante a cerimônia, Lula recebeu o cargo do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. A presidência brasileira no G20 terá três prioridades principais: a inclusão social e a luta contra a desigualdade, a fome e a pobreza; o enfrentamento das mudanças climáticas e a promoção do desenvolvimento sustentável em todas as suas dimensões; e a defesa da reforma das instituições de governança global, para refletir a geopolítica atual.

Durante seu discurso no encerramento do encontro, Lula ressaltou que todas essas prioridades estão refletidas no lema da presidência brasileira, que é “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”. Ele também anunciou a criação de duas forças-tarefas: a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a Mobilização Global contra a Mudança do Clima.

Lula aproveitou a oportunidade para destacar a tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul devido à passagem de um ciclone extratropical. Ele enfatizou que eventos climáticos extremos como esse têm ocorrido em todo o mundo e ressaltou a importância do combate às mudanças climáticas.

Durante a cúpula, Lula também cobrou recursos dos países ricos para enfrentar o aquecimento global, afirmando que a natureza continua dando provas de que deve ser cuidada com mais carinho.

O G20 é composto pelas 19 maiores economias do mundo e pela União Europeia. Durante a cúpula, a União Africana também se tornou membro permanente do grupo. Lula ressaltou a necessidade de que os países emergentes tenham maior participação nas decisões do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), além de buscar a reforma e revitalização de instituições como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Conselho de Segurança da ONU.

A presidência brasileira no G20 terá início em dezembro de 2023 e terminará em novembro de 2024. Durante esse período, o Brasil será responsável por organizar mais de 100 reuniões oficiais em várias cidades do país, incluindo cerca de 20 reuniões ministeriais e a 19ª Cúpula de chefes de Estado e governo do G20, que ocorrerá no Rio de Janeiro em novembro de 2024.

Lula enfatizou que a presidência brasileira buscará promover uma maior integração entre as áreas de política e finanças, de forma a coordenar e trabalhar de forma mais integrada. Ele também destacou a importância de criar um canal de diálogo entre os líderes e a sociedade civil, para que os grupos de engajamento da sociedade possam reportar suas conclusões e recomendações aos representantes de governo.

Finalmente, Lula defendeu a redução das desigualdades como elemento central da agenda internacional, destacando que a desigualdade de renda, de acesso à saúde, à educação e à alimentação, de gênero e raça estão na origem de muitos dos problemas enfrentados atualmente. Ele ressaltou a necessidade de paz e cooperação, em vez de conflitos, no G20.

Essa será a primeira vez que o Brasil assume a presidência do G20 desde sua criação em 1999. O grupo passou a ter chefes de Estado e governo em 2008, durante a crise financeira global. Lula alertou que a arquitetura financeira global mudou pouco desde então e defendeu a necessidade de uma nova governança econômica para enfrentar os desafios do presente.

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