De acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias, confirmadas em um comunicado divulgado no último sábado (9), Heloísa segue internada no hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em estado grave. Ela passou por uma cirurgia e está entubada no Centro de Terapia Intensiva. A criança teve perfuração na região cervical esquerda, lesão no couro cabeludo e na região occipital esquerda amolecida.
O pai da vítima, William da Silva, relatou o momento de terror que a família vivenciou. Segundo ele, eles não receberam ordem de parada e o carro foi alvejado por tiros disparados de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Dentro do veículo estavam a mãe de Heloísa, uma irmã da criança e uma tia.
William afirmou que o carro foi atingido quando estava prestes a estacionar, após perceber que a viatura da PRF estava muito próxima. A menina foi imediatamente levada para o hospital pelos próprios agentes da PRF. No momento da chegada, Heloísa apresentava perfurações no crânio, pescoço e ombro.
A PRF se manifestou em nota na sexta-feira (8), informando que os três policiais envolvidos no caso foram afastados preventivamente das funções operacionais, inclusive para receberem atendimento médico e psicológico. A instituição se solidarizou com a família da vítima e afirmou estar colaborando com as investigações. A arma do policial que efetuou o disparo foi apreendida.
Em depoimento à 48ª Delegacia da Polícia Civil, o policial rodoviário Fabiano Menacho Ferreira admitiu ter efetuado o disparo contra o carro após ouvir um barulho semelhante a tiro. Ele afirmou que a viatura começou a perseguir o veículo da família ao constatar que era roubado. O pai de Heloísa, no entanto, garantiu que adquiriu o automóvel de um amigo e não tinha conhecimento de que era fruto de roubo.
Diante desse trágico episódio, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flavio Dino, manifestou-se nas redes sociais e solicitou esclarecimentos à PRF, além de pedir providências. Dino afirmou que irá acelerar a revisão de doutrina policial e manuais de procedimento do órgão.
Enquanto a família de Heloísa aguarda por respostas e justiça, o caso segue sendo investigado pela Polícia Federal. A violência sofrida pela criança expõe mais uma vez a necessidade de revisão dos protocolos de abordagem policial, buscando garantir a segurança e integridade de todos os cidadãos.
