Ewerton de Castro, que tinha quase 20 anos de contrato com a Globo e já havia atuado em diversas novelas de sucesso, decidiu abandonar a minissérie alegando sentir-se desrespeitado e desvalorizado profissionalmente pela emissora. Segundo ele, o seu personagem na trama não tinha importância nenhuma e sua participação era semelhante à de um “artista figurante”.
Em resposta, a Globo afirmou que o ator havia sido contratado como coadjuvante e não tinha o direito de interferir nos critérios de direção e produção da obra. A emissora também argumentou que teve que alterar o roteiro e reescrever vários capítulos devido ao abandono de Castro, o que trouxe inúmeros transtornos.
Após 21 anos, a Justiça finalmente emitiu a sentença no dia 15 de maio de 2023, dando razão à emissora. De acordo com o juiz Arruda, o ator recebeu previamente o script da minissérie e estava ciente de que sua atuação teria menor importância. Ele acrescentou que Castro deixou a produção por descontentamento e arrependimento, mas a Globo cumpriu os termos acordados.
Como Ewerton de Castro não efetuou o pagamento da multa, a Justiça determinou o bloqueio de suas contas bancárias. O valor cobrado inclui a correção monetária, juros e honorários dos advogados da emissora.
Essa decisão reacende a polêmica envolvendo os contratos com artistas na televisão, levantando questões sobre o peso da hierarquia e os direitos dos profissionais. Enquanto a Rede Globo defende seu direito de impor as condições contratuais e a concepção artística da obra, Ewerton de Castro alega que foi desrespeitado e quebraram o acordo. O desfecho desse caso poderá influenciar futuros contratos na indústria do entretenimento.
