Desmatamento na Amazônia tem queda expressiva de 66%, mas cerrado registra aumento de 2% em agosto, alcançando segundo maior valor histórico.

No mês de agosto, a Amazônia registrou uma redução significativa de 66% no desmatamento, em comparação ao mesmo período do ano passado. Enquanto isso, o cerrado continua apresentando um crescimento no desmatamento de vegetação nativa, com um aumento de 2% em relação a agosto passado. Mesmo sendo uma porcentagem relativamente pequena, esse aumento foi suficiente para alcançar o segundo maior valor da média histórica do Deter para o mês.

No total, foram derrubados 563,09 km² de floresta amazônica no último mês, a menor taxa para agosto desde 2019. Essa redução no desmatamento é um reflexo das ações de combate implementadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro. Em contrapartida, o cerrado teve uma área de mata devastada de 462,72 km², um pouco maior do que em agosto do ano passado.

Os dados divulgados são provenientes do programa Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que tem como objetivo auxiliar no combate ao desmatamento e analisar as tendências desse problema ambiental.

No caso da Amazônia, essa redução no desmatamento é uma notícia positiva, já que o bioma vem registrando quedas consecutivas desde abril. Esses dados foram apresentados durante um evento no Palácio do Planalto em celebração ao Dia da Amazônia, com a presença do presidente Lula.

No entanto, é importante ressaltar que, durante o governo Bolsonaro, o desmatamento na Amazônia atingiu níveis críticos. Além disso, o governo anterior acabou com o PPCDAm (Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia), um programa que foi fundamental para a redução do desmatamento nos anos anteriores.

A situação no cerrado é um pouco diferente. Desde o início do ano, os dados de devastação nesse bioma têm sido tão elevados, ou até mesmo maiores, do que nos últimos anos. Cinco meses deste ano superaram o desmate dos mesmos meses do ano passado. Em maio, por exemplo, houve um registro de mais de 1.300 km² de desmatamento, quase o dobro do visto no mesmo mês do ano anterior.

Uma das principais diferenças entre os dois biomas está em suas legislações. O Código Florestal de 2012 permite que propriedades privadas no cerrado desmatem áreas maiores, desde que haja autorização dos órgãos ambientais competentes. Enquanto na Amazônia as propriedades devem preservar 80% da área como reserva legal, no cerrado esse valor é de apenas 20% ou 35% em áreas localizadas na Amazônia Legal.

Diante desse cenário, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima tem realizado reuniões com os estados do cerrado para construir propostas visando a redução do desmatamento. Além disso, está previsto o lançamento do PPCerrado (Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento no Cerrado) no próximo mês de outubro.

Recentemente, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que a situação no cerrado é complexa e levantou a possibilidade de uma mudança na legislação para esse bioma. Segundo ela, é necessário que a ciência estabeleça as bases para a exploração sustentável do cerrado.

Esses dados refletem a importância de continuar combatendo o desmatamento e buscar soluções sustentáveis para a preservação desses biomas tão importantes para o meio ambiente e a biodiversidade.

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