Complexo Henry Borden conclui manutenção desafiadora e retorna à operação normal após cinco meses de serviços técnicos

O Complexo Henry Borden, localizado na Serra do Mar em Cubatão, está prestes a completar 100 anos em operação e tem sido alvo de trabalhos constantes de manutenção pela Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil). Recentemente, a Emae concluiu a manutenção da unidade geradora 2 da usina externa, que voltou a operar normalmente após cinco meses de serviços.

Esse trabalho de manutenção é extremamente desafiador e requer uma grande perícia dos técnicos envolvidos, que formam um time composto por 225 pessoas. A estrutura, inaugurada em 1926, é composta por duas usinas, uma externa e outra subterrânea, e possui 14 grupos de geradores, com capacidade total de produção de 889 megawatts de energia. Isso é equivalente ao consumo de uma cidade com 4 milhões de residências.

A manutenção da usina exige uma série de operações complexas, como a manutenção dos polos dos geradores e das barras de enrolamento, que são responsáveis pela geração da corrente elétrica. Essas ações exigem que os técnicos entrem nos geradores, o que demanda tempo devido ao espaço reduzido, ao intrincado técnico da estrutura e à dificuldade de comunicação em meio ao ruído das outras unidades geradoras em funcionamento. Além disso, a alta temperatura do ambiente também torna o trabalho ainda mais desafiador.

Um dos momentos mais delicados da manutenção é a remoção das peças dos geradores, conhecidas como polos, que têm dois metros de comprimento e pesam mais de duas toneladas cada uma. Para realizar essa tarefa, a equipe técnica trabalha em conjunto com a equipe mecânica e utiliza uma ponte rolante, que funciona como uma talha, para transportar esses equipamentos pesados.

A manutenção da unidade geradora 2 durou cinco meses, período em que o equipamento precisou ser desativado. Além da substituição de partes desgastadas, a unidade passou por uma completa limpeza. Somente nessa operação, a Emae investiu cerca de R$ 1 milhão, e ao longo deste ano, o total de investimentos na usina externa, usina subterrânea e nas tomadas d’água e conexões chegou a aproximadamente R$ 33,6 milhões.

A Usina Hidrelétrica Henry Borden foi inaugurada em 1926 com o objetivo de aumentar o fornecimento de energia elétrica para São Paulo. Na época de sua criação, ela era a maior usina do Brasil e fazia parte de um grande projeto que contemplou outras estruturas importantes para a cidade, como o Reservatório Billings e o Canal Pinheiros.

O local escolhido para a construção da usina, na Serra do Mar em Cubatão, foi estrategicamente decidido devido ao desnível existente entre o topo da Serra e o nível do mar. Essa diferença de nível permite que as águas vindas do Reservatório Billings ganhem força nas adutoras e movimentem as turbinas da usina. Henry Borden, ex-presidente da companhia canadense Light, responsável pelos serviços de geração e distribuição de energia elétrica em São Paulo, foi homenageado com o nome da usina em 1964.

A manutenção contínua do Complexo Henry Borden é fundamental para garantir o seu pleno funcionamento, contribuindo assim para o fornecimento de energia elétrica para a população de São Paulo. O trabalho incansável dos técnicos da Emae demonstra o comprometimento em manter a infraestrutura energética do estado em boas condições e em constante modernização.

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