Brasileiras presas injustamente na Alemanha têm pertences recuperados após troca de malas e demora da justiça

Duas brasileiras que foram presas injustamente na Alemanha após terem suas malas trocadas antes de embarcar finalmente recuperaram seus pertences. Kátyna Baía, de 44 anos, e Jeanne Paolini, de 40, foram acusadas de tráfico internacional de drogas e ficaram detidas por 38 dias até serem liberadas após comprovação de sua inocência.

Em uma publicação nas redes sociais, Paolini afirmou que esse dia marca mais um passo para o fim da independência emocional do trauma que elas viveram. Elas também ressaltaram a importância da devolução de seus pertences, afirmando que este é um dia emocionante para elas tanto pessoal como profissionalmente.

A advogada das brasileiras, Luna Provazio, explicou que o processo só será encerrado quando as autoridades brasileiras enviarem ao promotor alemão, através do Ministério da Justiça e das Relações Exteriores, as recentes decisões e mandados de prisão relacionados à ação penal que está em andamento sobre a quadrilha responsável pelo tráfico de drogas no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

O caso das brasileiras faz parte da Operação Iraúna, da Polícia Federal em Goiás, que prendeu seis suspeitos de participarem de um esquema que troca a identificação de malas para enviar drogas ao exterior. Segundo as autoridades, os narcotraficantes retiravam aleatoriamente etiquetas de bagagens despachadas e as colocavam em malas com drogas. A quadrilha já estava sob investigação desde 2019 e há suspeitas de ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital).

De acordo com a PF de Goiás, as malas de Kátyna e Jeanne foram separadas da esteira em uma área restrita por dois funcionários, que retiraram a identificação das mesmas e deixaram apenas uma etiqueta com o peso. Em seguida, um funcionário colocou essas etiquetas nas malas com drogas, aproveitando-se de um ponto cego nas câmeras de segurança. Todas as malas seguiram para a Alemanha.

No aeroporto, duas mulheres entregaram as malas com cocaína a uma funcionária da Gol, que admitiu fazer parte do esquema. A funcionária enviou as malas para a área das bagagens e, em seguida, as malas com drogas foram desviadas para o terminal de voos internacionais. As brasileiras foram presas antes de terem contato com as malas.

No total, seis pessoas foram presas, todas elas são funcionárias terceirizadas do aeroporto de Guarulhos. A GRU Airport, responsável pela administração do aeroporto, afirmou que a responsabilidade das bagagens, desde o guichê até a aeronave, é das companhias aéreas. A Latam, responsável pelo voo das brasileiras, afirmou que está acompanhando o caso e colaborando com as investigações.

A devolução dos pertences para Kátyna e Jeanne representa um passo importante para que elas possam superar o trauma que viveram. A conclusão do processo depende do envio das informações pelas autoridades brasileiras, o que permitirá o encerramento definitivo do caso.

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