Adolescentes são mais vulneráveis a teorias conspiratórias disseminadas nas redes sociais, aponta pesquisa.

Adolescentes são mais vulneráveis a teorias conspiratórias disseminadas nas redes sociais do que os adultos. Essa é a conclusão de uma pesquisa divulgada recentemente pelo Center for Countering Digital Hate, organização sem fins lucrativos dedicada à proteção dos direitos humanos e das liberdades civis na internet. Segundo o estudo, 60% da população dos Estados Unidos entre 13 e 17 anos acredita nesse tipo de desinformação, enquanto essa taxa cai para 49% entre os mais velhos.

O estudo confrontou cerca de mil adultos e mil adolescentes com uma série de ideias conspiratórias relacionadas a temas como vacinação, migração, aquecimento global e supremacia branca. Os resultados mostram que os jovens tiveram mais propensão a concordar com pelo menos quatro delas e, entre aqueles que passam pelo menos quatro horas por dia navegando numa mesma plataforma digital, o índice registrado foi ainda maior: 69%.

Recentes estudos também apontam que os jovens têm preferência por se informar em aplicativos como o TikTok, ignorando veículos de comunicação tradicionais e formatos jornalísticos mais convencionais. Essa tendência foi destacada em relatório anual do Instituto Reuters, que considerou especialmente a população entre 18 e 24 anos.

Essa realidade desmistifica a ideia de que as novas gerações são naturalmente hábeis em buscar informações no ambiente digital. É fundamental compreender que os nativos digitais também precisam de educação midiática, especialmente considerando que estamos cada vez mais conectados e imersos nas redes, sujeitos aos potenciais (ainda obscuros) da inteligência artificial.

No entanto, é importante ressaltar que não se trata de condenar os hábitos dos jovens ou demonizar as plataformas. Muitos veículos de comunicação de qualidade e influenciadores digitais produzem conteúdos informativos e fundamentados. O foco deve ser ensinar os adolescentes a desenvolver criticidade e responsabilidade perante à abundância de informações e desinformações disponíveis na internet.

Isso só será possível com a implementação de políticas públicas sólidas de educação midiática nas redes de ensino, formando professores preparados para lidar com os desafios que já se apresentam nas salas de aula, como violência escolar relacionada a discursos de ódio e cyberbullying. A educação midiática não pode ser apenas um projeto isolado, mas deve fazer parte de todos os assuntos trabalhados na escola.

Compreender a importância dessas ações é fundamental para preparar crianças e jovens para enfrentarem o futuro. Temos a chance de formar uma geração capaz de lidar com os desafios complexos de um mundo em crise, evitando a proliferação de negacionistas e garantindo uma sociedade democrática.

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