Esse debate traz à tona evidências científicas que mostram o impacto significativo da redução da velocidade na redução de fatalidades nos acidentes de trânsito. Um exemplo disso é o caso de Londres, capital do Reino Unido. Após a implementação de limites de velocidade de 20 milhas por hora (cerca de 30 km/h) nas principais ruas da cidade em março de 2020, houve uma redução de 25% nas colisões que resultaram em morte ou ferimentos graves. Além disso, as colisões envolvendo pedestres, ciclistas e motociclistas caíram 36%. Esses resultados impressionantes levaram a prefeitura de Londres a expandir os limites de velocidade reduzida para mais da metade das ruas da cidade.
Essa tendência de redução dos limites de velocidade também pode ser observada em outras capitais, como Paris e Bruxelas, que reduziram seus limites para 30 km/h. Na Espanha, os limites de velocidade variam de 20 km/h a 50 km/h, dependendo do tipo de via. Essas medidas são baseadas em dados que mostraram uma proporção crescente de pedestres, ciclistas e motociclistas mortos nas vias, superando os óbitos em acidentes envolvendo veículos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também recomenda limites de velocidade iguais ou inferiores a 50 km/h em vias urbanas. No Brasil, dados do Sistema Único de Saúde mostram um crescimento de 3,5% no número de mortes em acidentes de trânsito em 2021, totalizando 33.813 vítimas.
Voltando ao caso específico do ator Kayky Brito, ele foi atropelado na avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, e está internado em estado grave. Imagens de vigilância mostram que o motorista do veículo tentou evitar o acidente, mas acabou atingindo o ator. O condutor alega estar dentro do limite de velocidade e não ter consumido álcool antes do acidente. Uma perícia será realizada para esclarecer as circunstâncias do ocorrido.
Diante desses dados e discussões, fica claro que a redução dos limites de velocidade pode ser uma medida eficaz na prevenção de acidentes e na redução do número de vítimas nas vias. É essencial que as autoridades de trânsito e os órgãos responsáveis pela fiscalização e implementação de políticas de segurança no trânsito levem em consideração essas evidências e adotem medidas adequadas para garantir a segurança de todos os usuários das vias.
