A soja continua sendo o principal produto agrícola do país, com uma produção estimada em 154,6 milhões de toneladas, um aumento de 23,2% em relação à safra anterior. A Conab destaca que os efeitos do fenômeno La Niña foram mais concentrados no Rio Grande do Sul, mas em menor escala do que no ano passado. Nos outros estados, o clima foi bastante favorável, apesar de alguns atrasos no plantio e na colheita.
“Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina apresentaram uma recuperação na produtividade da soja nesta temporada. No Rio Grande do Sul, houve também uma melhoria no desempenho das lavouras, porém limitada devido às condições climáticas desfavoráveis durante o desenvolvimento da oleaginosa”, explicou a Conab.
Em relação ao milho, também é esperada a maior colheita já registrada, com uma produção total de 131,9 milhões de toneladas, um aumento de 18,7 milhões de toneladas em comparação com o ciclo anterior.
Por outro lado, o arroz e o feijão apresentaram cenários diferentes. A concorrência com outras culturas mais rentáveis levou a uma redução na área de plantio desses dois produtos. Para o arroz, a melhoria na produtividade não foi suficiente para compensar a redução da área, resultando em uma queda na produção de 6,9%, chegando a 10 milhões de toneladas. Já o feijão teve um bom desempenho, com uma colheita estimada de 3,04 milhões de toneladas, um aumento de 1,7% em relação à safra anterior.
No caso do trigo, houve um crescimento de 11,8% na área cultivada, chegando a 3,45 milhões de hectares, e uma produção estimada em 10,82 milhões de toneladas, um aumento de 2,5% em relação à safra anterior.
Os bons resultados da safra brasileira colocam o país como o principal exportador de soja e milho na safra 2022/23, de acordo com a Conab. Estima-se que as exportações de soja atinjam 96,95 milhões de toneladas, enquanto as exportações de milho devem ser de aproximadamente 50 milhões de toneladas, ultrapassando as exportações dos Estados Unidos.
Além disso, as exportações de farelo e óleo de soja também devem apresentar um bom desempenho, com estimativas de 21,82 milhões de toneladas e 2,6 milhões de toneladas, respectivamente. Em relação ao algodão, espera-se uma produção recorde, com recomposição nos estoques finais e exportações que podem atingir 1,7 milhão de toneladas nesta safra.
A Conab ressalta que os boletins das safras de grãos, com todas as informações sobre o impacto do clima e as estimativas de produção e exportação, estão disponíveis em seu site.
