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Vagão ferroviário fabricado na década de 1950 é resgatado, restaurado e apresentado pela ABPF

Um vagão ferroviário fabricado na década de 1950 que estava abandonado foi resgatado, restaurado e apresentado pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) no último final de semana. Fabricado pela Fábrica Nacional de Vagões (FNV) em 1957, o vagão chegou à ABPF há cinco meses, de acordo com o diretor administrativo da associação, Helio Gazetta Filho, e escapou do destino que outros da mesma linha tiveram no passado.

A FNV foi a primeira fábrica brasileira de vagões ferroviários, surgida em 22 de outubro de 1943 no Rio de Janeiro, no governo Getúlio Vargas. Com assoalho de madeira e revestimento interno também em madeira, o vagão I 711 foi restaurado com sua pintura original, nas cores da Companhia Mogiana de Estrada de Ferro e, segundo o diretor, mais que um simples vagão ele era um ícone representativo da extinga companhia ferroviária.

O trabalho de restauro contou com um mutirão de associados da ABPF e voluntários, que limparam, lixaram e pintaram o vagão, além de lavar e lubrificar os truques, reformar engates e freios e fazer as inscrições na lataria como na época em que foi produzido. “Era vagão para sacarias e transportou muito café, açúcar e cimento, nos últimos tempos. Era um vagão para carga geral, não era direto na chapa, pois tinha o assoalho de madeira para permitir esse tipo de serviço”, disse Gazetta Filho.

Depois que passaram a ser utilizados vagões graneleiros, esse tipo de vagão foi encostado com o passar do tempo, especialmente na década de 1990, que marcou o fim da era Fepasa (Ferrovia Paulista S.A.) nos trilhos. “Ficaram ociosos e foram sendo adaptados para outras finalidades, muitos viraram pranchas ou foram transformados em ‘vaca verde’ [para o transporte de celulose]”.

Ainda há muitos vagões do tipo espalhados pelo país, mas a maioria está encostada. No auge, foram utilizados para transportar cargas de Mato Grosso para o Porto de Santos. A ABPF administra cinco antigas estações ferroviárias entre Campinas e Jaguariúna, num trecho de 24 quilômetros no qual opera uma ferrovia turística com passeios aos finais de semana e feriados.

Em uma delas, Carlos Gomes, tem uma oficina em que são feitas as manutenções e restauros de locomotivas, carros de passageiros e vagões.

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