Segundo as autoridades do governo do primeiro-ministro Narendra Modi, as casas foram construídas ilegalmente em terras do governo e a demolição foi uma atividade contínua. No entanto, os moradores alegam que vivem na região há décadas e que a maioria deles trabalha nas proximidades. Suas casas foram construídas ao longo dos anos, de forma improvisada, e agora foram arrasadas.
As demolições começaram há quatro meses, quando escavadeiras chegaram e destruíram as casas temporárias dos moradores. Vídeos da demolição mostram pessoas em lágrimas, enquanto suas casas eram destruídas. As ações de demolição em Nova Delhi resultaram na recuperação de quase 93 hectares de terras do governo, segundo o ministro da Habitação júnior, Kaushal Kishore.
Mohammed Shameem, um dos moradores afetados, disse que esperava que os participantes da cúpula do G20 beneficiassem os pobres, mas o que ele viu foi o oposto: suas casas foram destruídas e eles foram despejados. Para Dharmender Kumar, perder sua casa tem grandes implicações para a educação de seus filhos, pois a escola fica próxima à favela. Se eles se mudarem, os filhos terão dificuldade em continuar estudando.
Essa situação revela a negligência das autoridades em relação aos moradores das favelas e a falta de consideração com as consequências sociais de suas ações. Enquanto o governo busca embelezar a cidade para receber líderes internacionais, cidadãos vulneráveis são deixados desabrigados. A demolição das casas é um reflexo da desigualdade social existente na Índia e das dificuldades enfrentadas por aqueles que vivem em condições precárias.
É necessário que as autoridades repensem suas políticas e encontrem soluções mais humanas para a questão das favelas, garantindo o bem-estar dos moradores e respeitando seus direitos. O país não pode se orgulhar de sediar uma cúpula internacional enquanto suas próprias comunidades estão sendo devastadas. A justiça precisa ser feita e medidas efetivas devem ser tomadas para resolver essa situação injusta.