A candidatura de Caetano Veloso foi apresentada pela Faculdade de Filosofia e pelo Departamento de Filosofia Moderna, contando com o apoio do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Salamanca. A proposta foi aprovada pelo conselho da instituição e a divulgação oficial ocorreu em abril do ano passado.
Durante a cerimônia de entrega do título, o professor de Filosofia Galega e Portuguesa Pedro Serra fez um discurso exaltando a obra de Caetano Veloso. Segundo ele, o compositor proporciona um percurso de elevada tensão linguística e musical, sendo considerado um verdadeiro monumento do poético. Serra ressaltou ainda que Caetano fez do amor pela língua um modo de vida, tornando-se um poeta e filólogo no sentido mais nobre da palavra.
O reitor da universidade, Ricardo Rivero, também elogiou a trajetória e a contribuição cultural de Caetano Veloso. Ele destacou que o músico brasileiro é reconhecido não apenas pela sua criação musical, mas também por sua capacidade de combinar influências e estilos, marcando uma nova etapa na música brasileira com o movimento da Tropicália em 1968.
Em seu discurso de agradecimento, Caetano Veloso mencionou a influência de amigos espanhóis em sua carreira, citando nominalmente Fernando Trueba e Pedro Almodóvar. O cantor ainda ressaltou a importância de outras expressões culturais latino-americanas, como filmes mexicanos, tangos argentinos, boleros cubanos e canções peruanas e chilenas.
A concessão do título de doutor honoris causa a Caetano Veloso é um reconhecimento mais do que merecido para um dos maiores expoentes da música brasileira. Sua obra representa não apenas um marco na cultura nacional, mas também é reverenciada internacionalmente. A Universidade de Salamanca escolheu sabiamente honrar o talento e a contribuição de um artista que conquistou o coração de gerações com sua música e poesia. Caetano Veloso recebe esse título com gratidão e dedica essa conquista aos amigos que o influenciaram ao longo de sua carreira.
