Ela deixa um legado de cuidado e gratidão: Teca, a enfermeira especialista em aliviar a dor e espalhar amor

Taubaté lamenta a perda de uma enfermeira dedicada e generosa. Therezinha Pimenta da Costa e Silva, carinhosamente conhecida como Teca, faleceu no último dia 24 de julho aos 87 anos. Durante 35 anos, Teca exerceu sua profissão com maestria no conceituado laboratório de análises clínicas Silvio Sacramento, tornando-se uma referência na cidade.

Conhecida por suas mãos habilidosas e suaves, Teca aplicava injeções com uma destreza única, fazendo com que os pacientes se lembrassem apenas de uma leve picada. Sua técnica encantava não apenas as crianças, que quase não choravam, mas também as mães da vizinhança, que a procuravam em busca de ajuda para tratar as inflamações na garganta de seus filhos.

Além de suas habilidades profissionais, Teca colecionava pacientes gratos. O senhor Vinicius, por exemplo, nunca a esquecia e sempre aparecia nos Natais com panetones em sinal de gratidão. Moradores da área rural também a presenteavam com ovos frescos, patos e galinhas vivas, como forma de agradecimento por seus cuidados.

Quando se aposentou, Teca redirecionou sua dedicação para obras sociais da Sociedade Vicentina e passou a apoiar a igreja do Alto do Cristo, bairro onde viveu os últimos 30 anos. Era nesse bairro que estava localizada a réplica da estátua do Cristo Redentor, de onde Teca admirava a cidade de Taubaté.

Teca tinha uma paixão pela música e adorava cantar. Em seu aniversário de 75 anos, ela foi surpreendida por um dos seus cantores preferidos, Moacyr Franco, que compareceu à festa em sua homenagem, cantando e dançando com ela. A emoção tomou conta de Teca, que chorou de felicidade.

Muito católica, Teca teve a oportunidade de realizar um sonho: visitar Roma e comungar na igreja de São Pedro. Ela fez essa viagem especial ao lado do seu segundo filho mais velho, Juvenal da Costa e Silva Neto, de quem tinha muito orgulho e admiração.

A família era o centro da vida de Teca. Desde muito jovem, ela sonhava em viver rodeada de filhos, netos e amigos. Ela sempre dizia que seria muito feliz se tivesse uma casa com uma grande mesa na sala de jantar para reunir todos. Nos dias que se seguiram à sua partida, essa imagem se concretizou, com seus cinco filhos, oito netos, amigos e parentes próximos se reunindo para relembrar suas histórias e rir de seus comentários diretos, sempre sem filtro.

Teca era uma mulher controladora e superprotetora, e sua presença era tão forte que a vida da família girava em torno dela. Mesmo quando saía para comprar uma roupa nova, ela voltava com presentes para os netos, mas esquecia de si mesma.

Com a chegada da velhice, Teca expressava constantemente seu desejo de não passar seus últimos anos de vida deitada em um leito, dependendo de enfermeiros. Felizmente, seu desejo foi concretizado, e ela partiu após uma rápida internação. Completaria 88 anos em 20 de dezembro, deixando um enorme vazio na mesa de jantar da família.

Taubaté perde um verdadeiro exemplo de dedicação e generosidade. Teca será para sempre lembrada por sua habilidade profissional, sua paixão pela música, sua religiosidade e, acima de tudo, por ser uma pessoa que valorizava sua família e os momentos de união ao redor de uma mesa. Seu legado de amor e cuidado permanecerá vivo na memória daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-la.

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