PT mira novas estratégias para cassar mandato de Moro. Fique por dentro dos argumentos apresentados pelo partido.

O Partido dos Trabalhadores (PT) apresentou ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) uma lista de voos fretados utilizados pelo senador Sergio Moro durante sua campanha eleitoral no ano passado. De acordo com o PT, esses voos representam gastos irregulares e a prática de caixa 2 por parte de Moro. O partido alega que Moro era pré-candidato na época em que os voos foram realizados e, portanto, essas despesas deveriam ter sido declaradas em sua prestação de contas.

Segundo as notas fiscais apresentadas pelo PT, Moro teria recebido um total de R$ 625 mil em recursos públicos. O advogado que representa o partido, Luiz Eduardo Peccinin, afirma que ainda aguardam os dados do diretório nacional do partido para reforçar a acusação de violação ao limite de gastos por parte de Moro.

A relação de voos entregue pelo PT mostra que Moro foi beneficiado por pelo menos 22 trechos de voos, totalizando os R$ 625 mil. A documentação inclui detalhes das rotas, lista de passageiros e datas dos deslocamentos. Vale ressaltar que os gastos declarados por Moro em sua prestação de contas oficial são menores, totalizando R$ 425,8 mil.

O advogado de defesa de Moro, Gustavo Guedes, afirmou que o senador se pronunciará nos autos do processo e que os valores dos voos fretados foram gastos com lideranças partidárias e outros candidatos, incluindo Moro. Guedes argumenta que o PT tem o hábito de buscar confrontos através da imprensa e que isso não é uma postura que eles adotarão. Ele também ressalta que o União Brasil, partido pelo qual Moro concorreu, afirmou ter gasto R$ 625 mil em voos para diversas pessoas, não apenas para Moro.

Dos 13 voos listados pelo União Brasil, Moro estava ausente apenas em um deles. Nos outros 12 voos, ele estava acompanhado de sua equipe de trabalho. O PT acusa Moro de utilizar a estrutura de sua pré-campanha presidencial para benefício próprio, migrando posteriormente para a disputa ao Senado com vantagens indevidas.

A ação movida pelo PT contra Moro imputa a ele diversos crimes, como captação ilícita de recursos, abuso de poder econômico e possível prática de caixa 2 e lavagem de dinheiro. O partido alega também que Moro utilizou recursos do fundo partidário e do fundo especial para construir sua imagem enquanto pré-candidato.

Além disso, o PT aponta a contratação de empresas ligadas a Luis Felipe Cunha, candidato a suplente na chapa de Moro, como indício de possível triangulação de recursos. O partido exige que todo o financiamento da pré-campanha de Moro seja devidamente esclarecido e submetido à análise da Justiça Eleitoral.

O processo em que o PT pede a cassação do mandato de Moro foi unido a uma ação movida pelo Partido Liberal (PL), resultando na tramitação conjunta das duas ações. O desembargador Mário Helton Jorge, responsável pelo caso, considerou que há conexão entre as acusações feitas pelos dois partidos e, por isso, decidiu unir os processos. A defesa de Moro nega todas as acusações.

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