Comparado a uma pesquisa anterior realizada em abril do ano passado, houve um aumento significativo na desaprovação das ações da prefeitura. Na pesquisa mais recente, apenas 8% dos entrevistados consideraram as ações como ótimas ou boas, enquanto 18% as consideraram regulares.
A preocupação da população com a questão dos moradores de rua é justificada pelo aumento de 31% no número de pessoas vivendo nas ruas da cidade durante a pandemia de Covid-19. Segundo um censo divulgado pela prefeitura no início do ano passado, em 2021 havia 31.884 pessoas nessa situação, um aumento de 7.540 em relação a 2019. Comparando com os dados de 2015, o número de moradores de rua dobrou.
A percepção de falha da prefeitura em lidar com esse problema social é maior entre os jovens de 16 a 24 anos, com 78% deles considerando as ações como ruins ou péssimas. Além disso, entre os estudantes, esse percentual chega a 89%. É importante destacar que os maiores críticos são pessoas com orçamento familiar acima de dez salários mínimos, com 88% de desaprovação. Já entre aqueles com renda de até dois salários mínimos, 71% têm uma avaliação negativa.
Curiosamente, mesmo entre os eleitores que declararam a intenção de votar em Ricardo Nunes nas eleições municipais do próximo ano, 63% também criticaram as ações relacionadas aos moradores de rua. Esse índice é ainda maior, chegando a 81%, entre os eleitores de Guilherme Boulos, do PSOL.
A taxa de desaprovação também é elevada entre aqueles que consideram as gestões tanto de Nunes quanto do governador Tarcísio de Freitas, do Republicanos, como ruins ou péssimas, alcançando respectivamente 86% e 84%.
Os moradores do centro da cidade são os que mais avaliam negativamente o tema, com 81% de desaprovação, seguidos pelos das zonas sul e oeste, com 76% cada, e das zonas norte e leste, ambos com 69% de desaprovação.
Essa situação preocupante fez com que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinasse que o governo federal elabore um plano para implementar uma política nacional sobre moradores de rua. A ação foi tomada no fim de julho e tem como base a alegação de “um estado de completa omissão do Estado” em relação ao tema. Moraes ainda proibiu a retirada forçada dos pertences dos moradores de rua e ordenou que os órgãos de vigilância sanitária do estado garantam abrigo para os animais de estimação dessas pessoas.
