De acordo com Ubiratan Vieira, chefe de fiscalização da região, os donos da fábrica foram notificados alguns dias antes do acidente e foram instruídos a apresentar documentos que comprovassem a regularidade da empresa. No entanto, a inspeção realizada no dia seguinte ao incidente revelou várias irregularidades, como problemas nas instalações elétricas e falta de equipamentos de proteção contra incêndio. A equipe de fiscalização encontrou apenas três extintores, todos com a validade expirada.
Apesar de várias tentativas de contato, a empresa não respondeu às solicitações da reportagem para dar explicações sobre o ocorrido. Os quatro proprietários da empresa estão internados, sendo que um deles está em estado grave. Além das irregularidades já mencionadas, o MTE também constatou ausência de sinalização de segurança e falta de registros de manutenção para as máquinas e equipamentos antigos. Estima-se que as irregularidades possam resultar em multa superior a R$ 120 mil.
Vieira informou que também houve denúncia de excesso de jornada de trabalho, o que poderia ter contribuído para o acidente. As causas da explosão da caldeira estão sendo investigadas pela Polícia Civil, através de um inquérito instaurado pelo 1º DP de Cabreúva. Os laudos periciais ainda estão em andamento.
Ao todo, 41 pessoas estavam presentes no local no momento do acidente, entre funcionários e proprietários da empresa. No sábado à tarde, ainda havia 21 feridos internados, segundo informações do governo do estado. Os trabalhos do Corpo de Bombeiros foram encerrados nesse mesmo dia. Uma força-tarefa do MTE continuará as atividades de fiscalização na próxima segunda-feira (4).
É relevante destacar que a metalúrgica não possuía alvará de funcionamento nem AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), de acordo com a Prefeitura de Cabreúva. Além disso, a empresa teve sua licença de operação negada pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado) no mês passado, devido ao descumprimento de exigências no processo de licenciamento ambiental. A metalúrgica já havia sido multada duas vezes em 15 de agosto por funcionamento irregular.
O caso da metalúrgica Tex Tarugos para Extrusão Ltda revela mais uma vez a importância de uma fiscalização rigorosa das empresas e a necessidade de cumprimento das normas de segurança. A reincidência de irregularidades e a falta de medidas preventivas resultaram em uma tragédia que poderia ter sido evitada. É fundamental que as autoridades encontrem os responsáveis e garantam a aplicação das devidas penalidades, a fim de evitar que casos semelhantes ocorram no futuro.