Servidores são afastados em SP por erro em material, que afirmava a existência de praia na capital e a assinatura da Lei Áurea por Pedro II.

Um material digital produzido pela Secretaria Estadual de Educação de São Paulo está gerando polêmica por conter erros históricos, geográficos e matemáticos. Dentre os equívocos encontrados, destaca-se a informação de que a cidade de São Paulo possui praia, de que a Lei Áurea não foi assinada pela Princesa Isabel e de que a divisão de 36 por 9 resulta em 6.

Essas informações foram encontradas em slides publicados no repositório do Centro de Mídias SP, uma iniciativa da Secretaria da Educação do Estado que tem como objetivo contribuir para a formação dos profissionais da rede e ampliar a oferta de uma educação mediada por tecnologia aos estudantes, de forma inovadora e alinhada às demandas do século XXI. Os erros foram inicialmente revelados pelo portal Uol e foram confirmados pela reportagem.

Um dos slides dizia que Jânio Quadros proibiu o uso de biquínis quando era prefeito de São Paulo em 1961. Além disso, o texto afirmava que ele emitiu um decreto vetando o uso de biquínis nas praias da cidade. No entanto, o decreto em questão é da época em que Jânio Quadros era presidente do país, e não prefeito, e São Paulo não possui praia.

Em outra aula, dedicada aos alunos do 8º ano do ensino fundamental, constava que a Lei Áurea foi assinada por Dom Pedro II em 1888, quando na realidade foi assinada pela Princesa Isabel. Além disso, foram relatados equívocos em aulas de biologia e matemática.

Após a divulgação desses erros, a Secretaria de Educação informou que afastou os servidores responsáveis pelo material e já corrigiu e atualizou as informações. No entanto, ao acessar a plataforma na tarde desta quinta-feira, a reportagem constatou que parte do material em PDF ainda apresentava os erros.

A secretaria também informou que a coordenadoria pedagógica da instituição reforçará a equipe de revisão para garantir melhorias constantes nos recursos didáticos, sempre em harmonia com o Currículo Paulista.

Essa não é a primeira polêmica envolvendo a Secretaria de Educação de São Paulo. Recentemente, o governo anunciou que as escolas estaduais não receberiam mais os livros didáticos do programa nacional gerido pelo Ministério da Educação, optando apenas pelo uso de material digital. Essa decisão gerou críticas e levou o Ministério Público a abrir um inquérito para investigar a medida, resultando no recuo do governo.

Além disso, professores e alunos da rede estadual de educação de São Paulo descobriram que um aplicativo chamado “Minha Escola SP” havia sido instalado em seus celulares particulares sem autorização. A Procuradoria-Geral de Justiça também está investigando um possível conflito de interesse entre o secretário de Educação, Renato Feder, e a sua pasta, devido aos contratos milionários que a empresa na qual ele é sócio tem com a secretaria.

Espera-se que essas polêmicas sejam resolvidas e que medidas sejam tomadas para garantir a qualidade do material educativo disponibilizado aos estudantes da rede estadual de São Paulo. A educação é um pilar fundamental para o desenvolvimento do país, e erros como esses prejudicam o aprendizado e a formação dos estudantes.

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