Piloto sobreviveu a queda no Amapá após atingir duas árvores e ejetar helicóptero. Pneu explodiu durante a manobra.

No último dia 17 de agosto, o piloto Josilei Gonçalves de Freitas, de 51 anos, juntamente com sua equipe, sofreu um acidente de helicóptero na floresta amazônica, mais precisamente no estado do Amapá. Após uma pane na aeronave, eles caíram de uma altura de 40 metros, mas a experiência de 25 anos de carreira do piloto foi crucial para um pouso emergencial bem-sucedido e a sobrevivência na mata hostil por três dias.

A equipe era composta pelo mecânico Gabriel Assis Serra, colega de trabalho de Freitas na mesma empresa de transporte aéreo, e o engenheiro civil José Francisco Pereira Vieira, da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas).

Os três estavam realizando uma missão para o Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) e a Funai, percorrendo aldeias no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, localizado no norte do Pará e Amapá. Essa região é lar de diversas etnias indígenas, como wajãpi, apalay, wayana, tiriyós e katxuyana, além de ser de extrema importância para a biodiversidade da fauna e flora amazônica.

De acordo com Freitas, eles chegaram à aldeia de Bona, região do parque, no dia 14 de agosto, com o objetivo de mapear as pistas de pouso para estudos e homologações, visando aprimorar a segurança dos pousos das aeronaves que levam ações de saúde para as comunidades indígenas.

No dia seguinte, eles realizaram duas missões de transporte de indígenas que necessitavam de atendimento médico. Porém, na quarta-feira, durante o voo de retorno para Macapá, o helicóptero sofreu uma pane e perdeu altitude. Freitas, então, procurou um local seguro para pousar, mas a aeronave acabou caindo a uma altura de 40 metros.

O piloto tomou uma decisão rápida e direcionou o helicóptero para duas árvores de cerca de 40 metros de altura, utilizando uma técnica para amortecer a queda. Apesar da impactante queda equivalente a um prédio de dez andares, todos saíram ilesos do acidente.

Após a queda, a equipe precisou lutar pela sobrevivência na selva até serem resgatados. Eles utilizaram os equipamentos de sobrevivência que estavam a bordo da aeronave, como lanternas, barracas e remédios, além de terem peixes e carnes para se alimentar. Freitas foi responsável por manter o ambiente calmo e evitar frustrações e medos nos outros dois tripulantes.

No sábado, eles avistaram uma aeronave sobrevoando a região e conseguiram fazer contato por rádio. Era um avião do Grupamento Aéreo de Segurança Pública do Pará, que Freitas adquiriu quando ainda era diretor da corporação. Após sinalizarem com fumaça para facilitar a localização, a equipe foi resgatada e levada para Macapá.

A família de Freitas, que ficou sem comunicação durante o período em que eles estavam perdidos na selva, acompanhou todo o processo de resgate e recuperação em Macapá. Atualmente, o piloto está buscando apoio psicológico para lidar com as angústias causadas pela experiência.

Como piloto há 25 anos e com quase 10 mil horas de voo, Freitas afirma que sempre esteve preparado para agir em situações de emergência. Apesar do acidente, ele espera voltar a voar em breve e aguarda a investigação para entender o que de fato ocorreu. Ele considera a aviação sua vocação e sua família respeita essa paixão.

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