Moradores de rua em São Paulo reclamam da ausência de banheiros públicos no centro da cidade.

A falta de banheiros públicos é um grave problema enfrentado pelos moradores de rua no centro de São Paulo. João Ribeiro, um ex-sargento da Marinha que atualmente vive nas ruas da cidade, afirma que a falta de um lugar para ir à noite é uma calamidade. Após o desmonte da estrutura emergencial criada durante a pandemia de Covid-19, não existem banheiros públicos que funcionem 24 horas no centro da cidade.

A região da Sé conta apenas com um único banheiro disponível durante a madrugada, localizado no terminal Parque Dom Pedro 2º. Há também um banheiro provisório no vale do Anhangabaú, que frequentemente fica interditado, e o banheiro do Metrô na estação Sé também foi fechado em 2020 devido a vandalismo e ação de traficantes.

Atualmente, o banheiro do Poupatempo é o preferido pelos moradores de rua para cuidarem da higiene nas primeiras horas do dia. A partir das 9h, o banheiro da Biblioteca Mario de Andrade também passa a funcionar. No entanto, a falta de banheiros adequados é apenas uma das preocupações dos moradores de rua em relação à higiene. Banhos, lavagem de roupas e água potável também são necessidades constantes.

O padre Julio Lancellotti, da paróquia de São Miguel Arcanjo, destaca que a falta de acesso à higiene vai além do uso do banheiro. Itens como sabonetes, lâminas de barbear, absorventes e cuidados com os pés também não são acessíveis aos moradores de rua. Ele critica a falta de resposta do poder público às necessidades dessa população.

Segundo a lei municipal 15.918/2013, a prefeitura é obrigada a instalar banheiros públicos na cidade. No entanto, nenhum projeto de banheiro público tem saído do papel nos últimos anos. O ex-prefeito João Doria tinha a intenção de instalar 600 cabines metálicas ligadas à rede de esgoto pela cidade, mas a iniciativa acabou suspensa pela Justiça. Recentemente, uma licitação para instalação de equipamentos foi cancelada por falta de interessados.

O subprefeito da Sé, coronel Alvaro Camilo, afirma que o vandalismo e o uso inadequado são grandes desafios na manutenção de banheiros públicos. Ele sugere a possibilidade de banheiros modulares com pouca possibilidade de destruição. Diante da falta de interesse do mercado, a prefeitura pode partir para uma solução própria na resolução do problema.

Em resumo, a falta de banheiros públicos 24 horas é uma preocupação constante para os moradores de rua no centro de São Paulo. A carência de acesso adequado à higiene, incluindo banhos, lavagem de roupas e água potável, é um desafio enfrentado por essa população, e a resposta do poder público tem sido insuficiente. A instalação de novos banheiros públicos tem enfrentado obstáculos, como vandalismo e falta de interesse do mercado, deixando a solução do problema em aberto.

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