Emirados Árabes manifestam inquietação sobre a imagem pública na COP28 em gravação reveladora.

Emirados Árabes Unidos: cúpula climática da ONU destaca histórico de direitos humanos e posição como principal produtor de petróleo

No próximo ano, os Emirados Árabes Unidos irão sediar a COP28, a cúpula climática da ONU, e esse evento coloca em destaque o perfil global do país do Golfo. No entanto, essa conferência também convida-nos a examinar o histórico dos Emirados Árabes Unidos em relação aos direitos humanos, assim como sua posição como principal produtor de petróleo.

Uma gravação vazada de uma reunião ocorrida em fevereiro entre representantes dos Emirados e os organizadores da cúpula revela os esforços do país em reagir às críticas. Além disso, destaca o foco do Estado autoritário em sua imagem, administração através de contratos com empresas de publicidade, lobistas e especialistas em redes sociais em todo o mundo.

Durante a reunião, uma participante identificada como Sconaid McGeachin, diretora de comunicações da cúpula climática, destacou a necessidade dos Emirados Árabes Unidos de desenvolverem uma estratégia para afastar os críticos. Ela ressaltou que as COPs se tornaram um canal para o ativismo e o ativismo jovem, e alertou para possíveis ataques contra o país durante a COP28.

Vincent Hughes, porta-voz da cúpula climática, classificou a gravação como não verificada e se recusou a comentar seu conteúdo. No entanto, destacou que a equipe da COP28 tem realizado reuniões abrangentes sobre seus preparativos com as principais partes interessadas. Ele afirmou que a conferência será um momento marcante para a ação climática global e envolverá todas as partes interessadas.

É importante ressaltar que os Emirados Árabes Unidos têm sido alvo de críticas de grupos de direitos humanos devido à falta de liberdade de expressão, liberdade de reunião e outros direitos básicos. Os protestos, que são comuns nas cúpulas climáticas da ONU, são basicamente proibidos no país.

Além disso, o fato de um executivo do setor petrolífero liderar um encontro internacional destinado a combater as mudanças climáticas tem gerado ceticismo por parte de grupos ambientalistas. Os Emirados Árabes Unidos são um dos principais produtores de petróleo do mundo e dependem dessa indústria para sua economia.

Diante desses desafios, as autoridades dos Emirados Árabes Unidos discutiram durante a reunião a necessidade de melhorar a reputação do país e atenuar as críticas. Foram mencionadas a realização de pesquisas sobre a opinião pública e a possibilidade de entrar em contato com grupos de direitos humanos, como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch.

No entanto, a autoridade responsável pelos direitos humanos da corte presidencial sugeriu que as conversas durante a conferência deveriam ser limitadas às questões diretamente relacionadas às mudanças climáticas. Ela afirmou que não era obrigatório responder a perguntas sobre a posição do país em relação aos direitos LGBTQ+.

Enquanto isso, organizações de direitos humanos têm pedido aos Emirados Árabes Unidos que parem de deter ativistas, acadêmicos, advogados e outros. Recentemente, mais de uma dúzia de grupos enviaram uma carta ao secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, pedindo pressão sobre o país para a libertação de Ahmed Mansoor, um crítico do governo que está preso desde 2017.

A COP28 promete ser um momento importante para a ação climática global, mas também levanta questões sobre os direitos humanos e a dependência dos Emirados Árabes Unidos no setor petrolífero. Resta aguardar como essas questões serão abordadas durante a conferência.

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