Após críticas ambientalistas, Islândia retoma caça de baleias em uma decisão controversa e que gera debate global.

O governo da Islândia anunciou nesta sexta-feira (1º) a retomada da caça às baleias, após mais de dois meses de suspensão da prática em nome do bem-estar dos animais. A decisão foi anunciada pelo Ministério da Agricultura e Pesca, e tem causado polêmica entre os grupos de defesa dos direitos dos animais, que esperavam pelo fim definitivo da caça.

A Humane Society International divulgou um comunicado classificando a decisão como “devastadora e inexplicável”, ressaltando que a proteção das baleias é uma necessidade crítica e que essa é uma oportunidade perdida de encerrar esses massacres no mar.

A suspensão da caça havia sido decidida no final de junho, após a divulgação de um relatório elaborado por veterinários, que concluiu que a prática não estava de acordo com a lei islandesa sobre o bem-estar animal. O documento constatou que a morte dos cetáceos era muito lenta e divulgou vídeos que mostram a agonia de uma baleia caçada no ano passado, que durou cinco horas.

Para justificar a retomada da caça, o Ministério da Agricultura e Pesca alega que há base para alterar os métodos de caça e melhorar o bem-estar animal. A regulamentação imposta pelo governo exige equipamentos e métodos de caça mais eficientes, além de reforçar a vigilância.

Atualmente, apenas a empresa Hvalur possui licença para capturar baleias na Islândia e ela terá que respeitar as novas regulamentações impostas pelo governo. No entanto, a licença da Hvalur expira em 2023 e a empresa já anunciou que esta será a última temporada de caça devido à baixa rentabilidade da pesca.

A decisão do governo foi tomada mesmo com as cotas anuais de captura de baleias-comuns e baleias-de-minke não sendo totalmente alcançadas nos últimos anos, devido à menor procura por carne de baleia. Vale ressaltar que Islândia, Noruega e Japão são os únicos três países que ainda autorizam a caça desses animais no mundo.

O anúncio da retomada da caça às baleias na Islândia tem gerado indignação e críticas por parte dos ativistas pelos direitos dos animais, que esperavam um fim definitivo dessa prática no país. A atenção agora se volta para como a empresa Hvalur irá reagir a essa nova autorização governamental e como a população internacional irá se posicionar diante dessa situação.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo