Comitiva de direitos humanos denuncia intimidação por agentes durante visita.

Uma equipe do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) que está em São Paulo para investigar denúncias de violações contra pessoas em situação de rua relatou ter sido alvo de intimidação por parte da Guarda Civil Metropolitana (GCM) na manhã desta terça-feira (29). A conselheira Virgínia Berriel, responsável pela coordenação da Comissão de Trabalho, Educação e Seguridade Social do CNDH, afirmou que o incidente ocorreu na Cracolândia e os agentes só se retiraram após ela se identificar como autoridade.

Berriel ressaltou que a equipe do CNDH não se sente intimidada pela população em situação de rua, mas sim pela polícia, que, segundo ela, diariamente lança bombas e agride essas pessoas como se fossem desumanas. Ela afirmou que a polícia foi em direção a eles e ela teve que se identificar para evitar ser presa, já que ousou tirar uma foto de um policial no momento em que eles estavam se preparando para uma operação contra a população em situação de rua.

A conselheira, que também é jornalista, explicou que tem o hábito de documentar tudo e, ao perceber que as agressões estavam prestes a acontecer, sentiu a necessidade de fotografar os agentes de segurança. Foi então que um deles a abordou e disse que ela não tinha o direito de fazer as fotos. Ela respondeu que poderia tirar fotos, pois estava em uma missão do CNDH. Após a resposta de Berriel, o agente se afastou com a equipe do local.

Virgínia Berriel contou que, logo após o incidente na Cracolândia, a equipe do CNDH seguiu para a Paróquia Nossa Senhora da Paz, na Liberdade, que realiza ações voltadas para imigrantes e refugiados. Durante o dia, eles cumpriram uma agenda com líderes do movimento das domésticas e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Amanhã, os representantes do CNDH deverão se reunir com o padre Julio Lancellotti, e na sexta-feira, terão um encontro com lideranças do movimento da população em situação de rua.

A Agência Brasil entrou em contato com a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, responsável pela GCM, para obter um posicionamento, mas aguarda resposta.

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