Repórter São Paulo – SP – Brasil

No litoral de São Paulo, roubos e furtos têm aumento no primeiro semestre, preocupando autoridades e a população.

No primeiro semestre deste ano, houve um aumento nos índices de roubo e furto em cidades do litoral paulista, em comparação com o mesmo período de 2022. Caraguatatuba, Cubatão, Itanhaém e Mongaguá registraram um número maior de vítimas em homicídios dolosos. Essa situação tem gerado tensão nas cidades da Baixada Santista e do litoral norte, especialmente após a morte de um soldado da Rota, da Polícia Militar, no fim de julho, o que resultou em uma operação que resultou na morte de 22 pessoas.

De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), no primeiro semestre deste ano as cidades acumularam 7.678 ocorrências de roubo e 18.863 ocorrências de furto, representando um aumento de 20,2% e 11,6%, respectivamente, em comparação com o mesmo período do ano anterior. No entanto, os furtos caíram em Caraguatatuba, Peruíbe, São Sebastião e Ubatuba, enquanto os roubos diminuíram em Caraguatatuba, Itanhaém, Peruíbe, Praia Grande e São Sebastião.

Os casos de homicídio doloso também chamam a atenção. Em Caraguatatuba, Cubatão, Itanhaém e Mongaguá, foram registradas 19, 7, 8 e 4 vítimas, respectivamente, nesse tipo de crime. Segundo a SSP, houve uma diminuição de 20,5% nas mortes nos Departamentos de Polícia Judiciária de São Paulo Interior 1 e 6, que abrangem outras cidades além das litorâneas, no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Essa redução é atribuída a investimentos em tecnologia e capacitação dos agentes para o trabalho de investigação.

Em relação aos homicídios, Rafael Alcadipani, professor da FGV e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirma que eles podem estar relacionados ao tráfico de drogas. Segundo ele, o PCC tem comando no litoral e muitos homicídios estão ligados a dívidas de drogas e conflitos interpessoais.

Em busca de soluções para a criminalidade, algumas cidades têm adotado medidas como a instalação de câmeras de segurança e o reforço no efetivo policial. Em Itanhaém, por exemplo, foi inaugurado o Centro de Operações e Inteligência, que conta com mais de mil câmeras instaladas nos últimos três anos. A cidade também contratou 50 agentes para a Guarda Civil Municipal. Cubatão também criou um centro de operação de câmeras de segurança e tem combatido a criminalidade em parceria com as polícias civil e militar.

No entanto, especialistas apontam que a falta de um plano de longo prazo para o policiamento e a falta de articulação entre as forças de segurança e as cidades são obstáculos para a redução da criminalidade. Alcadipani destaca que a presença de turistas nas cidades litorâneas durante os fins de semana pode gerar oportunidades de crimes. Já a socióloga Isabela Vianna Pinho ressalta que as dinâmicas de crimes têm mudado, como o roubo de cargas, que tem ganhado força nos últimos anos.

Enfrentar a criminalidade no litoral paulista requer um esforço conjunto das autoridades e a implementação de medidas efetivas de segurança, visando garantir a tranquilidade e a segurança da população local e dos turistas que frequentam a região.

Sair da versão mobile