Repórter São Paulo – SP – Brasil

Bairros industriais de SP ganham nova vida com a verticalização, atraindo moradores, comércio e revitalizando a região.

A verticalização dos bairros industriais de São Paulo tem trazido benefícios para os moradores, como maior segurança, diversificação do comércio local e redução do tempo de deslocamento até o trabalho. Esse é o caso do líder de recursos humanos Lucas Benatti, que trocou sua residência em São Miguel Paulista pelo Brás, na região central da cidade, e passou a economizar três horas por dia no trajeto até o trabalho.

Além disso, a chegada de novos prédios residenciais tem impulsionado o desenvolvimento dos bairros, trazendo estabelecimentos comerciais e serviços para as áreas antes ocupadas por galpões industriais. Essa transformação é celebrada pelos moradores, que enxergam uma melhora na qualidade de vida e na segurança pública.

No entanto, a verticalização também é alvo de críticas. Alguns especialistas em urbanismo apontam problemas como a falta de habitação para a baixa renda, o apagamento do patrimônio histórico e o descuido com o meio ambiente. Segundo a professora Regina Prosperi Meyer, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, essas áreas poderiam ser reocupadas de forma equilibrada, combinando áreas verdes e moradias.

O Plano Diretor de 2014 e a Lei de Zoneamento de 2016, que estão sendo revisados, têm permitido a construção de prédios com área construída superior ao tamanho do terreno e têm reduzido as taxas cobradas pela prefeitura para a construção na cidade. Esses incentivos têm impulsionado o mercado imobiliário e viabilizado a verticalização dos bairros industriais.

Para Eduardo Della Manna, assessor de assuntos legislativos e urbanismo do Secovi-SP, essa transformação é necessária, especialmente nos distritos centrais da cidade, onde ocorreu a industrialização paulistana. Ele destaca a importância de frear o espalhamento da cidade e valoriza a concentração extrema de comércio e serviços na região do Brás.

No entanto, especialistas alertam para o risco de banalização desses bairros históricos e defendem uma abordagem mais equilibrada, que leve em conta a preservação do patrimônio histórico, a criação de áreas verdes e o atendimento às demandas habitacionais da população de baixa renda.

Apesar das discussões e divergências, a verticalização dos bairros industriais tem se mostrado uma tendência inevitável. A transformação da orla ferroviária paulistana tem beneficiado moradores como Lucas Benatti, que ganharam mais tempo e qualidade de vida. O desafio para as autoridades e para o setor imobiliário é encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento urbano e a preservação do patrimônio histórico, garantindo o acesso à moradia para todos os segmentos da população.

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