Sargento contra-argumenta em CPMI e relatora aponta irregularidades preocupantes.

O sargento do Exército Luís Marcos dos Reis compareceu nesta quinta-feira (24) perante a comissão mista parlamentar de inquérito (CPMI) do Congresso Nacional para negar as acusações de fraude no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro, participação nos atos de 8 de janeiro e qualquer irregularidade em movimentação financeira considerada atípica. O militar, que atuava na ajudância de ordens do ex-presidente junto com o tenente-coronel Mauro Cid, encontra-se preso há mais de três meses por força de uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga a suposta fraude no cartão de vacina de Bolsonaro.

A senadora Eliziane Gama, relatora da CPMI, teve acesso ao relatório sobre a movimentação financeira do sargento e afirmou que os valores são incompatíveis com a renda recebida por ele. Segundo a parlamentar, a renda mensal de dos Reis no período analisado era cerca de R$ 13 mil a R$ 14 mil, enquanto ele teria movimentado algo próximo a R$ 3 milhões em sua conta.

Em sua defesa, dos Reis justificou a soma de dinheiro que entrou e saiu de sua conta. Ele explicou que parte desses recursos é proveniente de soldos extras que recebeu quando foi para a reserva, de um consórcio com amigos, de empréstimos pessoais e da venda de um carro a pedido de Mauro Cid. No entanto, a senadora Eliziane questionou os R$ 74 mil recebidos da empresa Cedro do Líbano e de seu proprietário, que possuía contratos com o governo federal. Dos Reis respondeu que o caso já foi investigado, mas não deu mais detalhes.

Os parlamentares da base governista afirmaram que o depoimento do sargento não esclareceu os questionamentos. O deputado federal Rafael Brito calculou que, mesmo retirando os valores que ele justificou, ainda restariam R$ 500 mil sem explicação. Por outro lado, o senador da oposição Marcos Rogério considerou o depoimento do sargento inútil e sem relação com o dia 8 de janeiro, afirmando que nenhum fato novo foi apresentado.

O deputado federal Marco Feliciano defendeu o sargento Luis Marcos, alegando que ele está sendo alvo da CPMI apenas por ser amigo do ex-presidente Bolsonaro e por conta de um suposto revanchismo por parte do governo atual.

O depoimento do sargento do Exército Luís Marcos dos Reis trouxe à tona mais questionamentos sobre sua participação em supostas fraudes, atos golpistas e movimentações financeiras atípicas. A comissão mista parlamentar de inquérito segue investigando o caso para esclarecer todas as alegações e determinar se houve algum tipo de irregularidade.

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