Polícia apura rede ilegal de envio de celulares roubados por navios – um comércio criminoso sob análise.

No dia 6 de agosto, a jovem Camila Amaro teve seu celular furtado durante uma festa em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Porém, ela só percebeu que tinha sido vítima de um crime no final da noite, quando deu falta do aparelho. Menos de 12 horas depois, ao acessar a localização do celular, Camila descobriu que ele estava em São Paulo, mais de 300 quilômetros distante do local do furto. Além disso, ela também recebeu diversas mensagens indicando uma tentativa de invasão a seu celular.

O que Camila não sabia naquele momento era que a Polícia Civil já estava monitorando o endereço em que o celular estava, por meio da 1ª Delegacia de Investigações sobre Roubos e Latrocínios. No dia seguinte, os investigadores prenderam um receptador em flagrante, apontado como um dos maiores do país. Ao realizar buscas nos imóveis da quadrilha, a polícia recuperou mais de 300 celulares, incluindo o da jovem.

Apesar de ter que viajar quase quatro horas para buscar o aparelho, Camila não pensou duas vezes em fazê-lo. Ela saiu de Guaxupé, cidade no sul de Minas Gerais onde mora, e foi até a sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) para buscar seu celular.

Camila atribui o sucesso na recuperação do smartphone ao fato dela ter registrado um boletim de ocorrência. Foi por meio desse registro que a polícia conseguiu localizar o aparelho e encontrá-la. Segundo ela, bastou fornecer o código do celular e os policiais encontraram o aparelho entre os celulares furtados, solicitando então que ela fosse buscar.

A abordagem à quadrilha de receptadores de celulares roubados e furtados faz parte das investigações da 1ª Delegacia de Investigações sobre Roubos e Latrocínios, que descobriu a existência de uma rede clandestina funcionando em um endereço na rua Guaianazes, no centro da capital paulista. Esse local era utilizado como uma “central” onde os celulares roubados em São Paulo e em outras cidades do estado eram recebidos.

Durante as investigações, a polícia identificou que os celulares subtraídos eram enviados para países da África. Lá, os aparelhos podiam ser utilizados normalmente, já que não havia bloqueio de IMEI como ocorre no Brasil. Anteriormente, esses celulares eram transportados por aviões, mas agora estão sendo despachados por navios, uma maneira menos suspeita de transportá-los.

O delegado responsável pelo caso afirma que o receptador detido era considerado o cabeça da organização, porém, as investigações ainda estão em andamento para descobrir se há outras ramificações da quadrilha. Além disso, as investigações também elucidaram um latrocínio ocorrido em abril deste ano, em que o celular roubado foi levado para a mesma rua Guaianazes.

Através desse desfecho positivo para Camila Amaro, que conseguiu recuperar seu celular, é possível enxergar a importância do registro de boletim de ocorrência e do trabalho das autoridades policiais na identificação e desarticulação de redes de receptação de celulares furtados e roubados.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo