Em depoimento à CPMI, sargento nega envolvimento na organização dos ataques, conforme relatado pelo Senado Notícias.

O sargento Luis Marcos dos Reis, ex-auxiliar do tenente-coronel Mauro Cid na Ajudância de Ordens do Palácio do Planalto, compareceu nesta quinta-feira (24) para prestar depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. Reis encontra-se detido há três meses por suspeita de envolvimento em um esquema de falsificação de cartões de vacinas e foi convocado para esclarecer sua possível participação na organização dos atos ocorridos em janeiro deste ano. No entanto, o sargento negou todas as acusações feitas contra ele.

Durante seu depoimento, Reis admitiu ter comparecido à manifestação, mas ressaltou que, quando chegou ao local, a situação já estava sob controle das autoridades competentes. Ele também expressou arrependimento por ter participado do evento. As movimentações financeiras atípicas atribuídas ao sargento foram levantadas durante o questionamento da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI. Reis reconheceu a existência do relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), mas ressaltou que considera sua análise “complicada de entender”.

É importante ressaltar que a CPMI do 8 de Janeiro investiga os fatos ocorridos no dia em que apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro invadiram o Capitólio, nos Estados Unidos. A comissão busca esclarecer as possíveis conexões entre os atos ocorridos no exterior e os protestos ocorridos no Brasil no mesmo período. Além disso, também está em análise a participação de grupos e indivíduos que podem ter incitado a violência durante tais manifestações.

Durante o depoimento, a CPMI buscou obter informações sobre a atuação de Reis no contexto dos atos de janeiro, assim como seu possível envolvimento na organização dos protestos. As acusações de participação em um esquema de falsificação de cartões de vacinas também foram abordadas. Vale destacar que essas práticas criminosas têm cada vez mais preocupado as autoridades de saúde, uma vez que a falsificação de documentos relacionados à vacinação prejudica o controle e a efetividade das campanhas de imunização.

Reis mantém sua posição de negar qualquer envolvimento nos crimes pelos quais é acusado, mas a CPMI continuará a investigar as evidências e realizar os procedimentos necessários para esclarecer os fatos. A expectativa é que os trabalhos da comissão tragam à tona informações valiosas sobre os protestos de janeiro, possibilitando o entendimento mais completo e detalhado desse evento que marcou a atual conjuntura política do país.

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