Segundo pesquisa do Datafolha, a maioria esmagadora dos brasileiros (94%) é favorável ao aumento de impostos para produtos prejudiciais à saúde.

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha encomendada pela ACT Promoção da Saúde revelou que a maioria dos brasileiros está a favor do aumento de impostos para produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. De acordo com o levantamento, 94% dos entrevistados apoiam a maior tributação de cigarros, bebidas alcoólicas e alimentos ultraprocessados. Além disso, 73% dos participantes concordam que o valor arrecadado com os impostos deve ser destinado ao Sistema Único de Saúde (SUS).

O estudo ouviu 2.005 pessoas com mais de 16 anos em todo o país entre os dias 10 e 14 de julho deste ano. De acordo com os resultados, a maioria dos entrevistados acredita que produtos como tabaco e álcool devem ter impostos mais altos. Para 79% dos participantes, o cigarro e outros produtos de tabaco devem ser tributados de forma mais pesada, enquanto 71% concordam com o mesmo para bebidas alcoólicas.

A pesquisa também revelou que a população é contra os incentivos fiscais a setores que produzem esse tipo de produto. 57% dos entrevistados são contrários, enquanto 41% são favoráveis. Segundo Mônica Andreis, diretora-geral da ACT Promoção da Saúde, esses resultados demonstram que as pessoas apoiam medidas desse tipo quando se trata de produtos nocivos à saúde.

Ainda de acordo com a pesquisa, 72% dos entrevistados concordam com impostos seletivos para produtos que causam altas taxas de emissão de carbono, como combustíveis fósseis, 64% para agrotóxicos e 55% para embalagens plásticas. No entanto, os percentuais de aprovação para uma maior taxação de bebidas açucaradas e alimentos ultraprocessados são menores, sendo 47% e 46%, respectivamente.

A pesquisa também abordou a conscientização da população em relação aos malefícios desses produtos. Mônica Andreis ressalta que muitas pessoas ainda não entendem o que é um alimento ultraprocessado e que a recente adoção do modelo de rotulagem com um sistema de alerta auxilia na tomada de decisões mais saudáveis. Além disso, a maioria dos participantes concorda que os aditivos de sabores que estimulam a iniciação ao tabaco devem ser proibidos por lei, assim como os dispositivos eletrônicos para fumar.

A pesquisa também revelou que a população está atenta aos fatores de risco de doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares e o câncer. A maioria dos entrevistados concorda que os impostos sobre produtos de tabaco devem ser mais altos para desestimular o consumo e que as fabricantes devem pagar pelo tratamento das doenças relacionadas ao consumo de tabaco.

Os resultados da pesquisa serão apresentados em uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado nesta quarta-feira (23). Vale ressaltar que a versão do texto da reforma tributária aprovada em julho na Câmara prevê a tributação adicional de produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, mas ainda é necessária a revisão e regulamentação da reforma pelo Senado.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo