Professor de universidade no Paraná é demitido após denúncia de aluna por assédio sexual, resultando em consequências graves para sua carreira acadêmica.

O Conselho Universitário da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), localizada no Paraná, decidiu pela demissão do professor Luciano Ribeiro Bueno, que ficou conhecido por enviar mensagens de conteúdo sexual para uma aluna através do WhatsApp, no ano passado. A exoneração do professor, que trabalhava no departamento de Economia, foi publicada no Diário Oficial no dia 9 de agosto e foi assinada pelo governador do estado, Ratinho Junior (PSD).

Até o momento, não foi possível obter uma resposta do professor Bueno em relação ao ocorrido, pois a reportagem enviou um e-mail na segunda-feira (21) e não obteve resposta até a noite de terça-feira (22). O Ministério Público e a UEPG também não divulgaram os nomes dos advogados responsáveis pela defesa do professor.

Segundo uma nota divulgada pela defesa do professor, o ocorrido aconteceu durante um momento extremamente delicado de sua vida pessoal. Alega-se que Bueno desenvolveu um transtorno depressivo grave, além de transtornos de adaptação decorrentes de quadros de Estresse Pós-Traumático e Síndrome de Burnout, os quais ele vem tratando desde 2020. A defesa também afirmou que o professor não agiu de maneira deliberada para ofender a aluna ou a instituição e que está arrependido de sua conduta, que não condiz com seu comportamento habitual.

É importante destacar que Bueno já estava afastado temporariamente de seu cargo desde agosto do ano passado e atuava na UEPG desde 2003. A UEPG confirmou que a denúncia da aluna por assédio sexual resultou na abertura de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o professor, mas não divulgou maiores detalhes, pois o caso corre em sigilo. A reportagem não conseguiu contato com a estudante, cujo nome não foi revelado.

A UEPG esclareceu que o processo administrativo do professor Luciano Ribeiro Bueno foi analisado pelo Conselho Universitário no dia 3 de março de 2023 e que a decisão pela demissão foi unânime. Após essa etapa, o processo foi encaminhado ao governador do estado para decisão final. Segundo o portal G1, que teve acesso ao PAD, em uma das mensagens de voz enviadas pelo professor à aluna, ele questionava o que ela queria fazer para ter relações sexuais com ele.

Além do processo administrativo, o caso também tramitou na Justiça Estadual, no 3º Juizado Especial Criminal. O Ministério Público do Paraná informou que, em uma audiência realizada no dia 27 de junho de 2023, o professor aceitou a aplicação antecipada da pena restritiva de direitos, na forma de uma multa. O valor dessa multa, que deve ser destinado à vítima, não foi divulgado.

A UEPG, uma universidade pública estadual, afirmou que está intensificando suas ações para prevenir casos semelhantes no futuro.

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