Audiência Pública debate fechamento da Maternidade no Hospital Vila Santa Catarina, pauta analisada pela Comissão de Saúde.

A Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher da Câmara Municipal de São Paulo realizou uma Audiência Pública nesta quarta-feira (23/8) para discutir o fechamento da maternidade do hospital Municipal Gilson de Cássia Marques de Carvalho, localizado na Vila Santa Catarina, região do Jabaquara. O debate foi promovido a pedido dos vereadores Hélio Rodrigues (PT) e Manoel Del Rio (PT), membros da comissão.

A maternidade do Hospital Vila Santa Catarina é considerada referência no atendimento de bebês prematuros. No entanto, a intenção da Prefeitura ao fechar a maternidade é ampliar a oferta de leitos para tratamento oncológico. A decisão foi criticada por moradores de bairros próximos ao hospital e conselheiros de saúde, que afirmaram que a comunidade não foi consultada sobre essa mudança.

Walter Mastelaro, conselheiro municipal de Saúde, ressaltou que a população foi informada sobre a readequação do serviço apenas em março deste ano, mas as alterações no hospital ocorrem há mais de dois anos. Flávia Anunciação do Nascimento, diretora do Sindsep, lamentou o fechamento da maternidade, afirmando que é injusto colocar um serviço em detrimento do outro. Ela ressaltou que tanto pacientes oncológicos quanto gestantes de alto risco merecem atendimento digno.

Hamilton Pontes, membro do Conselho Gestor do Hospital Vila Santa Catarina em duas gestões, destacou a excelência da maternidade e destacou que a distribuição dos partos para outras partes do território não beneficia o conforto das mães. Denise Yoshie Niy, pós-doutoranda da Faculdade de Saúde Pública da USP, apresentou um estudo que mostrou que as gestantes atendidas no hospital eram mais vulneráveis, por serem mais jovens, com menor escolaridade e maior proporção de pretas e pardas.

Em resposta às reclamações, a secretária-executiva de Atenção Hospitalar da Secretaria Municipal da Saúde, Marilande Marcolin, afirmou que a decisão foi da organização social gestora, que é o Hospital Albert Einstein. Segundo ela, o fechamento da maternidade começou a ser discutido em 2018, quando o hospital passou a ser transformado em um centro oncológico.

Durante a audiência, o vereador Manoel Del Rio (PT) lamentou a falta de participação popular na decisão do Executivo e o vereador André Santos (REPUBLICANOS), presidente da Comissão, destacou a importância da Secretaria da Saúde apontar alternativas e soluções para a região. A vereadora Luana Alves (PSOL) afirmou que o fechamento da maternidade é um descaso com as mães da periferia e uma parte do genocídio do povo negro.

O debate também contou com a presença do vereador Aurélio Nomura (PSDB), vice-presidente do colegiado. A audiência completa pode ser acompanhada através do link fornecido.

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