Segundo Sacconato, o Brasil deveria utilizar a reunião dos Brics como espaço para discutir questões de interesse comum, como desenvolvimento humano, combate à pobreza, diminuição de barreiras alfandegárias e mudanças climáticas. Ele destaca que essa será a 15ª vez que os países do bloco se encontram e que é importante aproveitar essa oportunidade para estreitar laços e fortalecer a cooperação.
No entanto, Sacconato alerta para os riscos que o Brasil corre ao tocar em assuntos sensíveis durante o encontro. Isso poderia prejudicar a posição do país no cenário internacional, principalmente considerando a geopolítica contemporânea e as tensões entre as potências mundiais.
Além disso, a FecomercioSP e o Conselho de Relações Internacionais defendem que o Brasil evite a entrada de novos países no bloco, pelo menos por enquanto. Segundo a diplomacia sul-africana, mais de 20 países manifestaram interesse em se tornar membros dos Brics, incluindo a Argentina, o Irã e a Arábia Saudita. Para Sacconato, aceitar esses países poderia diluir o poder de barganha do Brasil e aumentar as chances de ter que referendar medidas com as quais não concorda totalmente.
Outro aspecto importante a ser discutido no encontro é a possibilidade de uma moeda única entre os países-membros. Sacconato ressalta que, embora seja uma oportunidade para discutir alternativas ao dólar, é necessário observar as condições macroeconômicas de cada país. Atualmente, não há uma convergência nessas condições, principalmente considerando a presença da Rússia no bloco.
Em resumo, Sacconato destaca a importância do Brasil evitar assuntos polêmicos durante o encontro dos Brics, para não se afastar das questões delicadas que permeiam o bloco, e aproveitar a oportunidade para discutir temas de interesse comum e estreitar laços de cooperação. Ele enfatiza que o país precisa ser cauteloso para não prejudicar sua posição no cenário global e chama atenção para a necessidade de um cuidado especial ao discutir a possibilidade de uma moeda única entre os países-membros.