Brics mira adesão e integração econômica de nações em sua pauta.

Começa hoje a 15ª Cúpula do Brics, em Joanesburgo, África do Sul, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um dos principais temas em discussão é a ampliação do bloco, bem como a criação de uma unidade de valor comum para facilitar o comércio entre os países do Brics. Até o momento, mais de 20 países manifestaram interesse em ingressar no grupo, incluindo Irã, Arábia Saudita e Argentina.

No entanto, o Brasil avalia que a inclusão de novos países pode atrapalhar os trabalhos do bloco. Paulo Borba Casella, coordenador do Grupo de Estudos sobre o Brics da Universidade de São Paulo, argumenta que a ampliação pode paralisar a agenda atual do grupo, que até agora tem se mostrado eficiente. Além disso, Casella questiona se é do interesse brasileiro se aliar a um grupo que se opõe à União Europeia e aos Estados Unidos.

Por outro lado, alguns especialistas acreditam que a ampliação do Brics é necessária para garantir a vitalidade e o fortalecimento do bloco. No entanto, há o reconhecimento de que a inclusão de novos países pode complicar o processo de tomada de decisões e o estabelecimento de agendas comuns.

A criação de uma unidade de valor comum também é um dos pontos em discussão na cúpula. A medida tem como objetivo facilitar as transações comerciais e de investimentos entre os países do Brics. A especialista Larissa Wachholz destaca a importância de instrumentos que facilitem o comércio internacional e fortaleçam os países envolvidos.

O governo brasileiro ressalta que a discussão sobre a unidade de valor comum ainda está em estágio inicial e não tem o objetivo de substituir as moedas nacionais, mas sim oferecer uma alternativa estável às moedas internacionais predominantes.

Além disso, o Brics também discutirá o financiamento a projetos de cooperação e desenvolvimento por meio do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). O professor Alcides Cunha Costa Vaz avalia que essa questão pode ser uma das áreas em que haverá avanços mais concretos durante a cúpula.

O Brics abrange diversas áreas de cooperação, como comércio, finanças, ciência, indústria, energia, tecnologia e saúde. A cúpula é vista como uma oportunidade para abordar questões críticas, fortalecer a cooperação entre os países e definir a direção futura do bloco.

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