A União Africana suspende o Níger devido ao golpe militar ocorrido há um mês, em ato de repúdio.

A União Africana (UA) tomou uma medida drástica ao suspender o Níger de todas as suas atividades após o golpe militar que ocorreu no mês passado. A organização também instruiu seus membros a evitarem qualquer ação que possa legitimar a junta que assumiu o poder. Esse golpe tem causado alarme tanto entre os aliados ocidentais quanto entre os Estados democráticos africanos, que temem as possíveis consequências desse cenário. Entre essas temores está a possibilidade de grupos islâmicos ativos na região do Sahel expandirem seu alcance e permitir que a Rússia aumente sua influência na região.

Diante dessa situação preocupante, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) tem buscado negociar com a junta e, caso as negociações falhem, está pronta para enviar tropas ao Níger a fim de restaurar a ordem constitucional. A UA está ciente dessas ações da Cedeao e solicitou à Comissão da UA que avalie as implicações econômicas, sociais e de segurança do envio de tropas para o país.

O Conselho de Paz e Segurança da UA também emitiu um comunicado reforçando a necessidade de que o presidente eleito Mohamed Bazoum seja libertado imediatamente e que os líderes do golpe retornem aos quartéis. Até o momento, a junta se mantém no poder e propôs um cronograma de três anos para realizar as eleições, proposta que foi rejeitada pela Cedeao na última segunda-feira.

Além disso, a UA rejeitou veementemente qualquer interferência externa na situação por parte de atores ou países fora da África, incluindo as ações de empresas militares privadas. Essa declaração pode ser uma referência ao grupo mercenário russo Wagner, que atua no vizinho Mali.

Esses acontecimentos têm colocado o Níger em uma situação de instabilidade política e colocam em risco não apenas a democracia e a segurança do país, mas também podem ter consequências para toda a região do Sahel. Agora, resta aguardar os desdobramentos dessa crise e torcer para que a ordem constitucional seja restabelecida de forma pacífica e democrática.

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