A Promotoria do RJ interpõe ação para interromper obras de revitalização do Jardim de Alah.

O Ministério Público do Rio de Janeiro ingressou com uma ação civil pública para suspender a licitação que concede à iniciativa privada a exploração do parque do Jardim de Alah, localizado entre Leblon e Ipanema, na zona sul da capital carioca. A Promotoria argumenta que a concessão viola a Lei Orgânica do município, que proíbe a concessão de espaço público.

A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou nesta segunda-feira (21) o encerramento da disputa e declarou o Consórcio Rio + Verde como vencedor da licitação. O projeto prevê um investimento de R$ 85 milhões e o pagamento de R$ 18 milhões em outorga ao município. Em contrapartida, a empresa terá permissão para explorar o espaço com a instalação de quiosques e outros estabelecimentos comerciais. A previsão é de que as obras sejam concluídas até 2025, incluindo a construção de três pontes que ligarão os dois lados do canal e um estacionamento subterrâneo.

No entanto, a Promotoria contesta a legalidade da concessão, que já está em discussão desde o ano passado. Segundo a ação civil pública, a lei proíbe a exploração comercial integral de espaços públicos, permitindo apenas atividades ou empreendimentos privados pontuais, desde que não alterem as características originais do local.

A prefeitura informou que ainda não foi notificada sobre a ação civil pública e ressaltou que a licitação já enfrentou outros questionamentos na Justiça, mas foi superada. Em nota, o órgão afirmou que “a ação civil pública, instrumento processual utilizado por entes públicos e associações, não interfere necessariamente no curso do processo, representando, apenas, uma demanda daquelas entidades”.

O parque do Jardim de Alah foi construído na década de 1930 em torno do canal que conecta a lagoa Rodrigo de Freitas às praias de Leblon e Ipanema. O espaço é tombado desde 2001 e o projeto final deve respeitar as regras de preservação urbanística. Nos últimos anos, grande parte do local ficou abandonada e sem utilização pública.

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