Todas as mesas, palestras e outras atrações do festival são abertas e gratuitas, e acontecerão em diferentes pontos do centro histórico de Paracatu, cidade mineira localizada a 500 km de Belo Horizonte e a 250 km de Brasília. Segundo os organizadores, a estimativa de público é de 30 mil pessoas.
Paracatu é uma cidade marcada pela presença da população negra, que corresponde a 73% de seus habitantes. Com uma história que remonta à exploração do ouro e à escravidão, a cidade ainda carece de visibilidade em todo o país, conforme destaca o curador e idealizador do festival, Afonso Borges.
O evento também contará com a exposição “Portinari Negro”, que apresentará 42 reproduções de telas do renomado artista brasileiro Cândido Portinari. A mostra aborda as representações culturais, a exploração, a opressão e o racismo, temas recorrentes nas obras do artista. As telas ficarão expostas na Praça Matriz de Santo Antônio.
O curador da exposição, João Candido Portinari, filho de Cândido Portinari, destaca a temática da ancestralidade como uma grande inspiração para o trabalho do pai. Os quadros retratam o povo preto em suas diversas representações e celebram sua cultura e trabalho. Neste ano, em que se comemoram os 120 anos do nascimento do artista, a exposição possibilita uma imersão na obra e no legado de Portinari.
O Festival Literário de Paracatu, além de promover o diálogo entre escritores e leitores, busca também sensibilizar e conscientizar o público sobre questões raciais e igualdade. Com uma programação diversificada e a presença de autores renomados, o evento pretende ser um marco para a literatura e a cultura na cidade e na região.
O festival conta com a participação de diversos outros autores, como Adriana Abujamra, Amosse Mucavele, Bianca Santana, Calila das Mercês, Carla Akotirene, Cármen Lúcia, Danilo Miranda, Eliana Alves Cruz, entre outros.
Com entrada gratuita, o Festival Literário de Paracatu promete ser uma opção cultural e educativa para todas as idades, valorizando os talentos literários brasileiros e promovendo reflexões sobre a ancestralidade e a diversidade racial. O evento também é uma oportunidade de conhecer a cidade histórica de Paracatu, com seus mais de 600 espaços tombados pelo Iphan, e desfrutar da arte e da literatura em um ambiente acolhedor e inspirador.
