Repórter São Paulo – SP – Brasil

Fávaro, sobre a CPI do MST, apoia reivindicações legítimas, porém reitera repúdio às invasões de propriedades.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, participou de uma audiência nesta quinta-feira (17) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Durante a audiência, Fávaro defendeu que as reivindicações do movimento por reforma agrária são legítimas, porém, ele ressaltou ser contra a ocupação de propriedades privadas e de prédios públicos.

Fávaro afirmou que “o direito à propriedade e o direito de ter o sonho da terra são legítimos” e que é possível manifestar, reivindicar e protestar, desde que seja feito de forma pacífica, sem invadir propriedades privadas e prédios públicos. Ele destacou que é possível reivindicar uma terra devoluta, por exemplo, sem recorrer às ocupações e invasões.

O ministro foi questionado sobre as ocupações realizadas pelo MST, que se intensificaram recentemente, especialmente no mês de abril. Ele respondeu que o movimento tem o direito de reivindicar e chamar a atenção da sociedade e do governo para a questão fundiária, porém, cada ação deve ser responsável por suas consequências.

Fávaro ressaltou que o tema da reforma agrária vem sendo debatido pelo governo e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já declarou que pretende retomar a reforma agrária. O ministro destacou que o presidente sugeriu a criação de um banco de terras públicas disponíveis para a reforma agrária, como forma de evitar invasões e promover o diálogo e a legalidade.

Durante a audiência, Fávaro também reclamou da data escolhida para prestar os esclarecimentos, alegando que isso atrapalhou reuniões importantes da sua agenda. Entre os compromissos afetados estavam um encontro com uma comitiva do Japão, que está interessada em apoiar projetos de recuperação de pastagens degradadas no Brasil, e uma reunião com a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, onde empresários do agronegócio enfrentam problemas de estiagem.

O ministro também causou surpresa ao declarar que tem amigos no MST e que possui um bom relacionamento com o movimento. Ele ressaltou que conhece pessoas no MST que lutam pela terra e sonham em ter um pedaço de terra, e afirmou ter muito respeito por eles.

A audiência com o ministro Carlos Fávaro trouxe à tona o debate sobre as reivindicações do MST e a forma de buscar a reforma agrária. Enquanto o ministro defende o diálogo e a legalidade, o movimento aposta nas ocupações para chamar a atenção da sociedade. Resta acompanhar os desdobramentos desse embate e ver se será possível conciliar as demandas do MST com os interesses dos proprietários de terra.

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