Repórter São Paulo – SP – Brasil

Segundo o Itamaraty, 22 nações apresentaram solicitação oficial para aderir ao bloco Brics.

O Ministério das Relações Exteriores comunicou que já existem 22 países interessados em integrar o Brics, grupo formado, até o momento, por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A informação foi divulgada pelo secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, Eduardo Paes Saboia, durante um briefing sobre a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para África do Sul, Angola e São Tomé e Príncipe.

Durante sua estadia em Joanesburgo, África do Sul, Lula participará da 15ª Cúpula do Brics, que acontecerá de 22 a 24 de agosto. Em seguida, o presidente seguirá para Angola nos dias 25 e 26, e depois visitará São Tomé e Príncipe no dia 27, onde participará da 14ª Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

A reunião de cúpula do Brics contará com a participação de 40 chefes de governo ou de Estado dos continentes africano, asiático, América Latina e Oriente Médio. Este será o primeiro encontro presencial do grupo após a pandemia, sendo que apenas o presidente da Rússia, Vladimir Putin, participará de forma virtual.

Um dos temas que serão discutidos na reunião é a admissão de novos membros no grupo. Segundo Saboia, serão discutidos critérios e princípios para embasar a entrada de novos países no Brics. Esse tema já vem sendo debatido desde 2011, quando a necessidade de estabelecer critérios para a interação com países fora do bloco foi identificada.

Além disso, a guerra entre Rússia e Ucrânia será discutida internamente, durante um momento chamado de “retiro”, em que os chefes de Estado e de governo do Brics terão um encontro fechado. Outro assunto a ser abordado pelo grupo é o uso de moedas locais ou de uma eventual unidade de referência do Brics para transações comerciais.

Saboia afirmou que é provável que haja algum resultado nessa área, referindo-se aos planos para o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também conhecido como Banco do Brics. Segundo ele, o banco é um ativo muito importante do bloco.

Em relação à viagem para Angola, Saboia destacou que o encontro reforçará a parceria estratégica entre os dois países, que engloba diversos setores. Estão previstas reuniões com o presidente angolano, João Lourenço, e com empresários angolanos e brasileiros. Também serão assinados atos e memorandos nas áreas de agricultura, processamento de dados, saúde e educação.

Já em São Tomé, Lula participará da 14ª Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP. Saboia ressaltou o apoio mútuo que os países da CPLP costumam dar em fóruns de decisões internacionais.

Essa viagem e participação do Brasil no Brics demonstram a importância do país no cenário internacional e o interesse em fortalecer relações estratégicas com outras nações. A admissão de novos membros no Brics e a discussão sobre o uso de moedas locais para transações comerciais são exemplos de como o grupo busca ampliar sua influência e criar parcerias econômicas e políticas sólidas. A visita a Angola e São Tomé também reforça o compromisso do Brasil em fortalecer a cooperação com os países africanos e lusófonos.

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